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Gazeta Paços de Ferreira

03/10/2023, 0:00 h

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Cultura

CULTURA

Não sei, começando pela Póvoa, se a Vasconcelos, era apenas papelaria. Mas é a minha memória inicial destas casas que me atraíam tanto.

Por Abílio Travessas (Colunista e Professor aposentado)

CULTURA

 

 

Não sei, começando pela Póvoa, se a Vasconcelos, era apenas papelaria. Mas é a minha memória inicial destas casas que me atraíam tanto. Na Papelaria-Livraria Vasconcelos, ali na Praça do Almada no lado oposto à Câmara Municipal, comprávamos, eu e os irmãos, o material escolar que a frequência do liceu exigia. Estojo com compasso e tira-linhas, réguas, esquadros, bisnagas de cores variadas para as pinturas das aulas de desenho… No quiosque do outro lado da praça, atravessando a EN 13, ali Rua Paulo Barreto, comprava algum jornal, talvez A Bola, Banda Desenhada – Cavaleiro Andante, Foguetão – mas também carteiras de estrelas do cinema – Cid Chariss, as mais belas pernas da meca do cinema…

 

 

Continuando na Póvoa, a Minerva a mais antiga, a nova Bertrand, a Locus que todos os anos nos traz os livros às Correntes, a Theatro-Restaurante, alimento para o corpo e o espírito e o alfarrabista Luís Igreja, ali na Travessa da Senra. Algumas já desaparecidas com destaque para a Cooperativa Livreira António Sérgio, onde agora existe imobiliária, no início da rua José Malgueira saindo da Mouzinho, vítima da sanha destruidora no verão quente; a Livraria Graça, na Junqueira, uma que já esqueci o nome, na Av dos Banhos…

 

 

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Foi em Coimbra que ganhei hábitos de frequentar livrarias. Da Bertrand, na Praça da Portagem onde um dia encontrei Vitorino Nemésio que me autografou um livro de crónicas lidas na rádio, à Coimbra Editora, a mais antiga da cidade, mas também a Almedina no Arco com o mesmo nome (agora também na Alexandre Herculano onde estava a Finisterra, fundada por dois amigos, o Alferes e o Luís Ferreira) e na Ferreira Borges a Atlântida- Livraria Editora, já desaparecida. Outras havia menos conhecidas: a do Arnado, no largo que lhe deu nome, a Casa do Castelo na rua da Sofia, Património Mundial. Da Av. Fernão de Magalhães chegou à Visconde da Luz a Loja INCM.

 

 

Coimbra também tem a Feira do Livro, na Praça da República, onde passei bons tempos em conversas com amigos. Lembro o saudoso Cristóvão de Aguiar, escritor açoriano com livros algo esquecidos. Fui surpreendido, agradavelmente, por texto encomiástico na Gazeta Paços de Ferreira – Raiz Comovida, um tratado de linguagem; um esboço antropológico, de Telmo Nunes, que saúdo. Fui amigo do Cristóvão, tenho seus livros com dedicatórias que me fazem sentir a sua falta. Pouco conhecido é um livrinho sobre o falar e escrever português, ele que além de escritor era professor de inglês na Universidade de Coimbra. Lembro estória hilariante passada com o escritor açoriano, um colega com dificuldades em inglês no liceu e uma professora alcunhada Miss Pamplinas, e os equívocos causados por chamada de salvação. Fica para quando houver mais espaço.

 

 

 

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