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Gazeta Paços de Ferreira

28/04/2023, 0:00 h

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Justiça social ou Caridade?

Destaque Editorial

Editorial

Assim, o Governo opta por apoios extraordinários ás famílias de vencimentos mais reduzidos, mandando às malvas a justiça social e lançando mão do assistencialismo. Da Caridade.
(Só falta o “pobrezinho” para apresentar nos chás dançantes dos benfeitores)

Alvaro Neto

O nosso país continua a viver momentos socialmente muito difíceis, com os efeitos da inflação a fazerem - se sentir de forma muito diferenciada entre as várias classes sociais.
Na verdade, a inflação não afeta todas de igual maneira e intensidade.

Enquanto umas enriquecem, outras empobrecem.
As empresas não financeiras apresentaram entre 2019 e 2022 aumentos de lucros vultuosos, na ordem dos 61,8% - no total das empresas e de 96,1% nas grandes empresas.
As empresas financeiras, de que se destacam os bancos, também apresentaram lucros muito significativos.

Nos cinco maiores bancos - Caixa Geral de Depósitos, Banco Comercial Português, Novo Banco, Santander Totta e BPI -tendo os seus lucros entre 2021 e 2022 tendo passado de 1406 milhões de euros para 2513 milhões, aumentaram 80%
Por outro lado, os trabalhadores viram o seu poder de compra baixar: os trabalhadores do sector público de 3,9%, de 2019 para 2022, e de 5,8%, de 2021 para 2022.

O poder de compra dos trabalhadores do setor privado aumentou 2,7% entre 2019 e 2022, mas diminuiu em 3% entre 2º21 e 2022.

Mas estes são valores médios, mas, como o poder de compra, sendo uma relação vencimento/preço dos bens a adquirir, depende do montante dos vencimentos auferidos, que são muito diferentes, pelo que o elevado aumento dos preços dos bens provoca muito diferentes efeitos nos trabalhadores de rendimentos mais baixos em relação aos que auferem vencimentos mais elevados.

Assim, nas famílias com rendimentos mais baixos os efeitos são maiores.

 

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Acresce um outro factor relevante.

,
As famílias de menores rendimentos gastam na sua alimentação uma percentagem maior do seu vencimento.

Pois é exatamente nos bens alimentares essenciais que se tem verificado aumentos de preços superiores à média.

Como resolver?

Aumentar os salários? Não, porque aumentaria a inflação – dizem os economistas ao serviço do Capital e o governo de um partido (que há longos anos meteu o socialismo na gaveta), obviamente, concorda.

 

Assim, o Governo opta por apoios extraordinários ás famílias de vencimentos mais reduzidos, mandando às malvas a justiça social e lançando mão do assistencialismo. Da Caridade.

(Só falta o “pobrezinho” para apresentar nos chás dançantes dos benfeitores)

 

 

 

 

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