Para mim, todo o futebol é bonito. Porque todos querem ganhar à sua maneira. Uns conseguem mais vezes que outros.
Pedro Queirós
Marcar golos e não sofrer. É do mais básico no futebol. É o objetivo de todos os que querem ganhar.
Há muitas formas de o fazer, mas todas querem o mesmo.
Gosto de ver um jogo em que as duas equipas jogam um futebol ofensivo, em que há muitos golos, em que bastam dois ou três passes para chegar à área adversária.
Também gosto de um tipo de jogo que privilegia a posse, que báscula à procura de espaço e que sabe descansar com bola.
Também consigo apreciar um jogo em que uma equipa monta uma estratégia defensiva e aguenta uma pressão constante durante grande parte do jogo e, mesmo assim, consegue o que quer.
Para mim, todo o futebol é bonito. Porque todos querem ganhar à sua maneira. Uns conseguem mais vezes que outros.
Como o José Mourinho.
Esse “ultrapassado”, que acaba de garantir o passaporte para a sexta final europeia da carreira. A AS Roma tinha uma final europeia em toda a sua história. José Mourinho vai para a segunda em dois anos.
O futebol praticado não é atraente? O que pensarão os adeptos da Roma?
Na segunda mão das meias finais, o Leverkusen teve 60% de posse de bola; 23 tentativas de golo; 6 remates na direção da baliza, 10 para fora e 7 bloqueados. Foi um massacre, mas a bola não entrou.
Saber defender é uma arte. E a arte, seja ela qual for, não é consensual. Eu também quero que a minha equipa jogue bem, mas se, no final, ganhar, eu acabo por deixar passar se foi com tiki-taka, com futebol rock n’ roll ou com um golo caído do céu.
Quem, em 2016, depois do apito final contra a França, ficou sentado a reclamar com o mister Fernando Santos porque jogamos mal, que atire a primeira pedra. “Pouco importa, pouco importa, se jogámos bem ou mal…” era o nosso hino durante a campanha vitoriosa de 2016.
Convém não esquecer. O futebol é estratégia e Mourinho é um mestre. E o palmarés fala por si.
E também é importante lembrar que o campeão com mais pontos no campeonato espanhol é o Real Madrid de José Mourinho, que também (ainda) tem o recorde de golos numa só temporada.