Por
Gazeta Paços de Ferreira

27/02/2025, 11:17 h

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Ironias do Império

Destaque Editorial Álvaro Neto

EDITORIAL

Assim se compreenderá que (...) não seja propriamente uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia, mas uma guerra, por procuração, entre os EUA e a Federação Russa.

Por Álvaro Neto (Diretor da Gazeta de Paços de Ferreira)

 

Vimos chamando a atenção dos nossos leitores para a necessidade de se questionar a “cartilha” sobre a invasão russa da Ucrânia, que nos vem sendo apresentada/imposta pelos meios de comunicação social dominantes, nomeadamente das televisões, nos últimos três anos.

 

As mudanças, recentemente operadas na governação dos Estados Unidos, vieram operar irreparáveis danos nessa cartilha, nomeadamente quando o chefe máximo afirmou que, com ele no poder, essa guerra não teria existido.

 

Têm assim razão todos aqueles que defendiam que era necessário tentar compreender a invasão russa pelo seu contexto histórico e político na sequência da implosão da União Soviética, nomeadamente das promessas da não extensão da NATO para países do Leste Europeu; dos vários acordos de segurança não cumpridos (lideres europeus vieram, a posteriori, reconhecer que eram celebrados, para “fazer tempo” enquanto a Ucrânia se armava..); das interferências americanas em eleições ucranianas, com derrube de lideres eleitos, e colocação no poder de líderes pró ocidentais; das orelhas moucas aos repetidos avisos dos dirigentes russos de que não aceitariam a entrada da Ucrânia na NATO, por colocar em causa a sua segurança existencial.

 

 

 

 

Acresce toda uma série de decisões contra a população de origem russa, maioritária em parte significativa do território e a guerra travada contra as intenções autonomistas dessas populações na zona leste.

 

Não será inadequado afirmar-se existir uma provocação EUA/NATO, a inserir-se na estratégia de enfraquecer a Federação Russa, como previsível aliado da China, no confronto EUA-China, em preparação, para a hegemonia mundial.

 

Assim se compreenderá que a guerra da Ucrânia não seja propriamente uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia, mas uma guerra, por procuração, entre os EUA e a Federação Russa.

 

E não terá sido por acaso que as negociações para lhe pôr fim estejam a ser encetadas por dirigentes americanos e russos, com ucranianos e europeus, à porta, a mendigar um lugar na mesa das negociações.

 

 

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