10/06/2023, 0:00 h
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OPINIÃO SAUDE
As cistites correspondem à causa mais comum de infeção do trato urinário e à 2ª causa mais comum de prescrição de antibióticos nos Cuidados de Saúde Primário, sendo a causa mais comum de uso dos mesmos na mulher saudável. Estima-se que 1 em cada 2 mulheres terá, pelo menos, 1 infeção urinária ao longo da vida.
Alguns sintomas levantam a suspeita de infeção urinária, como: ardor ou dor ao urinar; ocorrência de micções frequentes e em pequena quantidade; vontade urgente e frequente de urinar; urina com cheiro fétido; alterações na sua cor; dificuldade em iniciar a micção; eliminação de sangue na urina; dor na parte inferior do abdómen.
Perante estes sintomas é aconselhada a observação e orientação médica, por provável necessidade de toma de antibiótico. Contudo, o aumento das resistências antimicrobianas e o aumento dos custos em saúde, reforça a necessidade de promover boas práticas no uso de antibioterapia e de prevenção do aparecimento de infeções urinárias.
Abordando a questão da prevenção é necessário prestar atenção a alguns fatores que poderão aumentar o risco de desenvolver este tipo de infeções, como: sexo feminino, cálculos urinários, refluxo vesico ureteral, hipertrofia da próstata, incontinência urinária, relações sexuais, antecedentes de infeções urinárias na infância ou história materna de infeções urinárias
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Tendo em conta que, pelo menos, 27% das mulheres terão uma recorrência de infeção urinária no espaço de 6 meses após a sua primeira cistite e quase metade terão recorrência de infeção no espaço de 1 ano, torna-se importante conhecer e compreender medidas não farmacológicas preventivas.
Destas devemos considerar: aumentar a ingestão hídrica; medidas de higiene íntima (nomeadamente, lavagem íntima com produtos adequados e destinados para o efeito, micção após relação sexual); evitar o uso de espermicidas e/ou diafragma.
O uso de suplementos ou bebidas com arando ou o uso de outros probióticos poderá ter também um papel na prevenção das infeções urinárias, apesar de não existir evidência científica sólida sobre o assunto, devendo aconselhar-se junto do seu médico assistente primeiramente.
Outras medidas farmacológicas poderão ser necessárias considerar, porém apenas segundo avaliação e orientação clínica.
Apesar das infeções urinárias serem comuns e, mais frequentemente, se manifestarem como cistites agudas não complicadas, de fácil diagnóstico e tratamento, é sempre aconselhado, perante sintomas ou suspeita de recorrência da infeção, que a pessoa com queixas seja avaliada por Médico(a).
Maria Inês Durães, Médica
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