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Gazeta Paços de Ferreira

12/12/2022, 0:00 h

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Humberto Brito, Presidente da Câmara Municipal (2ª parte)

Munícipio

"Não trabalhamos apenas quando há eleições apesar de todos os constrangimentos que as obras geram"

Publicamos oje a 2ª parte da entrevista que Humberto Brito deu à Gazeta de Paços de Ferreira na edição impressa de 29 de Setembro

Gazeta – De tudo isto, o que mais destaca na ação política do seu Executivo?

Humberto Brito – O esforço e o investimento feito na ação social e na ação social escolar foram enormes. Fomos o Município do país que conquistou a maior fatia do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a construção de novas creches e berçários em todas as freguesias do concelho de Paços de Ferreira. Serão 536 novas vagas para bebés e crianças até aos 3 anos de idade e a estas 13 novas creches e berçários junta-se ainda uma Estrutura Residencial Para Idosos, Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário, uma Residência de Autonomização e Inclusão, e mais três equipamentos de IPSS’s do concelho. Parece-me uma inovação sem precedentes na história deste Concelho. Os transportes escolares gratuitos, as refeições escolares gratuitas, os manuais escolares gratuitos, e o cheque-bebé de 500 euros atribuído a recém-nascidos… tudo isto significa uma poupança muito significativa nos orçamentos das famílias. Não conheço um concelho na região e no país que tenha apoios tão significativos na área social.

 

Gazeta- Que significado tem para si quase dez anos de governação com três maiorias absolutas?

Humberto Brito – Significa que os nossos concidadãos estão atentos à governação e reconhecem o trabalho que tem sido feito, nas mais diversas áreas. Mas é um trabalho permanente. Continuamos com obras no terreno e ainda vamos ter muito mais intervenções para dotar o território, em toda a sua extensão, de melhores condições. Isto significa, que não trabalhamos apenas quando há eleições, apesar do todos os constrangimentos e incompreensões que as obras geram. Estamos com a revisão do PDM que permitirá enquadrar novas zonas industriais, ampliar a capacidade construtiva em alguns locais para colmatar a falta de oferta do mercado habitacional, tornando este concelho mais robusto. Sendo que hoje atingimos níveis impressionantes de investimento privado na construção de habitação. Cerca de mil novos fogos aprovados e em análise pelos serviços municipais. Mas também estamos a devolver o espaço publico às pessoas e criar condições de atração ao comércio local. Não são os carros que vão às compras. Mas as pessoas. Por isso precisamos que as pessoas se sintam confortáveis e seguras quando caminham nos passeios.  É preciso que todos tenhamos a consciência que algumas das reformas estruturais e transformações em curso terão resultados num futuro próximo. Nestas matérias, o tempo é fundamental e o resultado das políticas públicas não se esgotam em três mandatos!  Hoje Paços de Ferreira é procurado por centenas de pessoas que aqui querem fixar a sua residência e trabalham noutros território, exatamente porque garantimos apoios que mais ninguém garante. E a atração de pessoas é hoje determinante no sucesso ou insucesso das cidades, concelhos, territórios. É um círculo virtuoso que estamos a construir em conjunto com resultados mensuráveis.

 

Gazeta – Uma das questões mais polémicas é o dossier das águas! Sempre vai avançar para a remunicipalização deste serviço?

Humberto Brito –Pedimos a rescisão contratual com justa causa por manifesta violação legal, ao ignorarem a Câmara na transmissão da posse e na falta de cumprimento contratual. Aliás, a ERSAR dá razão à Câmara Municipal. Entretanto, recebemos uma proposta da concessionária, que abdica de todas as indemnizações que reclama, mas quer aumentar o tarifário. E neste ponto há uma divergência absoluta, que reforça a nossa desconfiança face aos atuais acionistas que usurparam ilegalmente a concessão e que nos levará a iniciar o processo de reverter tudo e devolver à esfera municipal a exploração do abastecimento de água e do saneamento. Acresce ainda que a ETAR de Arreigada, que está concessionada a esta entidade, não está a funcionar conforme o plano de trabalhos contratua­lizado e a empresa está a cobrar ilegalmente a tarifa de saneamento por um serviço que não realiza.

"Estamos perante uma concessionária
que não cumpre com a lei,
que não respeita a Câmara Municipal
e a população que devia servir!"

 

É mais uma falha grave da concessionária que obriga a Câmara Municipal a estudar novas soluções para acabar com esses problemas. Portanto, estamos perante uma concessionária que não cumpre com a lei, que não respeita a Câmara Municipal e a população que devia servir! Portanto, só nos resta arrepiar caminho e colocar um ponto final nesta trapalhada que o PSD tanto gosta! Sempre disse que estamos disponíveis para trabalhar numa solução, mas a solução só é válida se servir os interesses da nossa comunidade. Caso contrário, a concessão não serve para nada, a não ser para reequilíbrios financeiros e especulação de fundos abutres, que não estamos dispostos a satisfazer!

 

Gazeta – Há um Humberto Brito diferente daquele que aqui chegou há nove anos?

Humberto Brito – Naturalmente. Foram nove anos que mudaram radicalmente a minha vida. Estes anos de governação causaram profundas alterações em tudo o que me diz respeito. Quando aqui chegamos, foi preciso nervos de aço e mão de ferro. Foi preciso muita determinação e perseverança para seguir um caminho oposto aquele que estava a ser trilhado e que nos estava a conduzir ao abismo social e económico! Dívidas e taxas de desemprego inimagináveis. Era uma escalada de pobreza coletiva. Não foi fácil corrigir a trajetória financeira de uma Câmara falida! Não foi fácil mobilizar os serviços da Câmara para uma causa comum, com rigor e contas certas. Não foi fácil cortar com lóbis e interesses que minavam a credibilidade da Câmara Municipal. Mas não me arrependo de nada. Hoje lideramos uma Câmara com as contas certas, respeitada e dinâmica. Esse é o meu legado: deixar uma Câmara Municipal que inspira confiança e abre novos horizontes aos nossos concidadãos.

 

"Este é o meu legado:
deixar uma Câmara Municipal
que inspira confiança
e abre novos horizontes
aos nossos concidadãos"

 

Uma Câmara que é parceira, um aliado, presente na vida quotidiana de todos, sem exceção. Que está ao lado dos empresários e dos trabalhadores. Que não serve apenas uns, nem se deixa subverter com negociatas! Fui eleito a primeira vez com o slogan: “um presidente amigo de todos”. Espero tê-lo sido, excecionando daí os que até hoje não lograram atingir os seus ilegítimos interesses pessoais e ainda lambem as feridas da sua própria frustração. Deixarei a Câmara nas mãos dos verdadeiros donos: os cidadãos do meu concelho, porque fomos eleitos para servir e não sermos servidos. E foi isto que mudou radicalmente em dez anos!

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