09/12/2021, 0:00 h
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De Rinus Michels para Johan Cruyff. De Johan Cruyff para Pep Guardiola. De Pep Guardiola para Xavi Hernández. O “Futebol Total” chegou a Barcelona na década de 70 pela mão de Rinus Michels.
O holandês implementou o seu modelo revolucionário baseado em rápidas movimentações e trocas de bola, de jogo coletivo, mas bem suportado pela criatividade individual de cada um dos jogadores.
Cruyff era jogador de Michels e seguiu as pisadas do mestre quando chegou a treinador. Passou a filosofia a um jovem Guardiola.
A mais recente lembrança que a minha geração tem do “Futebol Total” é a do FC Barcelona de Guardiola, provavelmente a equipa que melhor vi jogar. Xavi era jogador chave dessa equipa. Agora é treinador.
Tal como todos os outros, chega ao banco do FC Barcelona numa fase negativa do clube. Xavi terá muito mais trabalho do que implementar uma filosofia de jogo, que é necessário, porque a equipa não tem nenhuma. Mas é preciso mais.
O FC Barcelona é uma equipa sem ideias, conformada com a realidade que vive. Isto é problema diretivo, de estrutura.
O primeiro passo de Xavi será recuperar o balneário. O plantel não é tão forte como foi no passado, mas é melhor do que aquilo que mostra.
Ronald Koeman não fez tudo mal, mas era a desculpa perfeita para todos os fracassos. Até para a direção. Isso acabou. É tempo de avançar e um exemplo do Barcelonismo acabou de chegar.
Já tinha dito que a queda de um clube começa quando este abdica da sua identidade. Pois bem que Xavi chegou para reconstruir os pilares. Só a sua presença trará outro espírito.
A saída de Koeman era necessária para que o clube ganhasse um rumo. Mas a entrada de Xavi traz mais do que isso: traz esperança. Não só de vitórias, porque ninguém ganha do dia para a noite, mas principalmente de que o FC Barcelona voltará a ser o que foi.
Só o nome não traz garantias de sucesso. Xavi pode não ganhar nada dentro de campo, mas o importante é que o FC Barcelona se recupere a si mesmo. A relação dos adeptos com a equipa volta a estreitar-se.
A direção só tem de acompanhar o barco e, sobretudo, mostrar que a contratação de Xavi não é para agradar aos adeptos. É admitir que precisa de uma lição de Barcelonismo.
Pedro Queirós
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