22/07/2024, 10:30 h
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Freguesias Freamunde Ricardo Neto
FREGUESIAS
Como ouvi alguém dizer:
- Os festeiros foram tão rigorosos no tema da Liberdade, que até o tempo foi de Abril!
De facto o habitual tempo quente não se fez sentir, e a chuva levou algumas pessoas a ficar em casa, mas de facto foram apenas algumas, porque a festa das multidões voltou a sentir-se. Se a temperatura descia pela noite em todo o país, no recinto das Sebastianas esta foi sempre aumentando.
Para este aquecimento nocturno contribuíram em muito os músicos que nos diversos palcos foram animando os foliões. No ano da comemoração da liberdade, coube a Paulo de Carvalho e à Banda de Freamunde, sob a batuta do maestro Vítor Resende, serem a senha para o início de mais uma revolução sebastiana. Dispersada por quatro palcos, as Sebastianas 2024 ofereceram liberdade de escolha aos vários públicos.
Na Praça Arraial, junto ao teatro, subiram a cena artistas de vários calibres da música popular como Nel Monteiro, Marante, tributo a José Pinhal, e Fernando Correia Marques, num ambiente de muita festa.
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Engane-se quem julgue que esta praça estava dedicada aos mais velhos, porque foi a juventude em grande número que recebeu e dançou ao ritmo destes grandes artistas.
Na Praça Sagres reinaram os sons alternativos sempre pela noite dentro até ser dia. Mundo Secreto, Putzgrilla, Luísa, Rui Vargas, Moullinex, Nuno Lopes e Gym Party Soundsystem foram os nomes mais fortes na arte da remistura e criação de novos sons. No palco das Bandas Filarmónicas, junto à Igreja do Divino Salvador, a Banda de Freamunde e a Banda de Antas ‘gladiaram-se’ no dia de domingo, e não tendo a capacidade para analisar este magnifico encontro, sei que no final quem venceu foi o público, mesmo debaixo de chuva.
No Palco Principal, os leceiros Expensive Soul quebraram com o estigma do regresso a um lugar onde tinham sido felizes, para voltarem a ser felizes.
Tiago Bettencourt e Dillaz num sábado de casa cheia animaram as hostes para quebrar o gelo da noite.
No domingo, a chuva apareceu em força sem convite, e não permitiu que Ana Moura subisse ao palco, naquele que era o grande momento musical desta edição. O espectáculo ficou adiado para segunda-feira, assim como os espectáculos de Herminio do Bussaco e Moullinex, graças a congregação de esforços de todos.
Apesar de cinzenta, a segunda-feira de Sebastianas trouxe apenas chuva de emoções, com Ana Moura a abrir o dia, entrando pela porta maior das Sebastianas. Ana Moura deslumbrou com o seu colorido musical, fazendo valer todos os minutos de espera, proporcionando a todos um momento inesquecível.
PUTRICA - Propostas Urbanas Temporárias de Reabilitação e Intervenção Cultural e Artística
Ao falar de cores, não podemos esquecer o enorme projecto de arte urbana, o PUTRICA, que celebrou 10 anos de arte em Freamunde.
O projecto que vive muito do seu curador Frederico Draw, que para além de freamundense, é um artista de renome na actualidade.
Na edição deste ano, e sob a temática da Liberdade os artistas convidados foram: Alma, Andarte, Bent, Brum, Dud, Fedor, Glam, Godmess, Hazul, Malibu Ninjas, Mesk, Nelson Silva, Pedro Podre, The Caver, Third, Thunder Crew, Odra Trip e Virús. As ‘telas’ produzidas estão espalhadas pela cidade, o que merecerá uma visita.
Se o PUTRICA fez 10 anos de muita tinta, a Noite de Bombos fez 20 anos com muitos tocadores profissionais, amadores e outros apenas ruidosos (assim como eu), que apenas são ultrapassados pelos decibéis das sessões de fogo pirotécnico, que foram tão elevados na segunda-feira que a noite virou dia por minutos, cortando literalmente a respiração a quem assistiu.
Mas sendo uma festa religiosa, um dos grandes momentos da festividade foi a majestosa procissão que uniu mais uma vez toda a comunidade e todas as suas associações, em torno do Mártir São Sebastião, o seu protector.
Se o tempo não foi o melhor para os espectáculos nocturnos, para os trabalhos dos vários grupos de fazedores de tapetes não poderia ter sido melhor. Foram mais de dois km de tapetes de fitas pintadas alusivas ao Mártir São Sebastião, às associações, à liberdade, e se me permitem, alusiva ao Gustavo, mesmo em frente do seu Garden’s, local indissociável das Sebastianas, assim como a sua memória!
No ano da Liberdade, as Marchas Alegóricas quebraram as amarras, e trouxeram para a rua os majestosos carros carregados de símbolos e memórias, numa mistura entre as centenárias Sebastianas e a Liberdade conquistada neste país há 50 anos atrás.
Por fim, estas Sebastianas quebraram um cadeado como aquele representado no seu cartaz. Apesar das Sebastianas já ter sido presidida por uma mulher, a Dª Elvira Monteiro, as comissões há muitos anos que são apenas compostas por homens. Mas a consciência que as mulheres devem e podem fazer parte da comissão das Sebastianas ganhou maturidade e aceitação, e para 2025 existem quatro mulheres nomeadas ou convidadas! Se vão ser festeiras? Dependerá apenas delas. Caso aceitem teremos com normalidade mulheres na nova comissão!
Termino com os versos finais do seu fado ‘Chuva’ de Ana Moura: ‘’E eis que ela bate no vidro / Trazendo a saudade’’!
Certamente que quando a chuva voltar a cair, os freamundenses vão recordar com saudades estas Sebastianas!
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