19/09/2024, 0:00 h
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OPINIÃO POLÍTICA
OPINIÃO
Em tempos, Freamunde era sinónimo de uma identidade comunitária vibrante, de um bairrismo puro e lutador. Esta freguesia, marcada pelo espírito empreendedor dos seus habitantes e pela forte ligação ao associativismo — social, cultural, desportivo e artístico — era um exemplo de união em torno de uma causa comum: o amor à terra natal. Contudo, algo mudou. A identidade de Freamunde foi lentamente roubada, enfeitiçada, e dominada por forças que deixaram os seus habitantes apáticos, desmotivados, e, no subconsciente, envergonhados de si mesmos.
Como recordou um antigo presidente de câmara: "Paços de Ferreira é um concelho fantástico, mas torna-se um pouco difícil de governar com uma freguesia que luta pelos seus interesses, estando sempre unida nas lutas por uma razão comum: a terra que os viu nascer, Freamunde." Esta união, tão característica dos Freamundenses, foi o pilar que sustentou uma sociedade próspera, movida pelo associativismo e pela cooperação em prol de objetivos comuns.
Mas algo de muito grave aconteceu: alguém, com intenções maliciosas, conseguiu desvendar a inocência e a força desta união. Os "egos no associativismo", que antes eram canalizados para o bem comum, foram manipulados e explorados. Um génio maquiavélico prometeu-lhes o impossível, exaltou as suas qualidades individuais, e ofereceu-lhes um remédio envenenado: "vinde a mim". E assim, a divisão foi semeada. Com essa divisão, veio o cansaço, e, aos poucos, os outrora aguerridos e bairristas habitantes tornaram-se apáticos, deixando de lutar pela terra que os viu nascer.
Este artigo é um apelo aos nascidos entre as décadas de 70 e 90 — vós, que fostes os decisores e líderes, onde estais agora? Acordem! Como diz o tio Gel, tomem um banho de sal grosso para limpar toda a negatividade, todas as opressões. Já é hora de largar estes medos. A liberdade é vossa por direito. Quem manda é o povo; sem vós, eles não são nada.
A apatia de hoje terá consequências devastadoras no futuro dos nossos filhos e netos, dos nossos descendentes. Se não resistirmos às manobras que tentam dividir-nos, a Freamunde de outrora será apenas uma memória distante.
Procuram-se freamundenses livres, com a coragem para resistir às forças que tentam enfraquecer a nossa união e a nossa luta por uma sociedade mais justa e equilibrada. Acreditar nas novas gerações é essencial, pois nelas reside a única solução para reverter este feitiço e as manobras de coerção que têm silenciado a nossa liberdade de expressão. O que impera nesta localidade é o medo. E o que mais se ouve é: "Melhor isto que nada". Mas nada são eles, e tudo somos nós.
Lembremo-nos, ser cego não é apenas não ver, mas sim recusar-se a ver.
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