08/06/2024, 0:00 h
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DESPORTO
Por Pedro Queirós
COMENTÁRIO DESPORTIVO
Roberto Martinez entrou na sala, acomodou-se e disse os 26 eleitos para representar Portugal no Euro2024.
Depois, mostrou-se disponível para responder a perguntas. Os jornalistas atiraram-lhe uma pá e o selecionador enterrou-se até ao pescoço.
Na baliza e na defesa, não há muito a dizer.
Os dois laterais direitos podem ser opção à esquerda e, com a lesão de Raphael Guerreiro, a escolha de Nelson Semedo é natural.
Pepe era uma das interrogações, mas Martinez tem um grupo demasiado fechado para fazer alterações, ainda para mais com alguém que parece ter muito impacto no balneário.
No meio campo, começam as contradições nas justificações.
Não há um médio com as características de Matheus Nunes. Capacidade de queimar linhas em posse, capaz de progredir com bola… ficou de fora. Roberto Martinez disse que não sabe se o jogador “consegue fazer dois jogos no espaço de quatro dias”. Uma questão de minutos associada à disponibilidade física. Tudo certo.
Chegamos aos atacantes e vemos o nome de Pedro Neto nos eleitos. Um jogador que tem 12 minutos em campo, desde março. Para a sua chamada, Roberto Martinez apontou a sua versatilidade e polivalência e acrescentou que o jogador “está a trabalhar há três semanas e agora está apto e fresco”.
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As ausências de Trincão e Pote foram justificadas pelo “azar” que ambos tiveram em falhar o estágio de março, por lesão.
Contudo, nos estágios anteriores a esse, ambos estavam bem e não foram chamados. Principalmente Pote, já há muito uma figura de primeira linha do Sporting, que tanto joga no meio como na frente.
Roberto Martinez escolheu um plantel de luxo, capaz de vencer o europeu. Mas era impossível não o fazer perante o leque de opções que tem.
Uma convocatória nunca será do agrado de todos. O selecionador chamou quem achou melhor, e bem. Ainda assim, se está disponível para responder e justificar as suas escolhas, o que também se aplaude, não deve fazê-lo com frases feitas e deixar-se apanhar com contradições com esta facilidade.
Já cheira a Europeu. Daqui a uns dias já ninguém se lembra de quem não foi e, se ganharmos, todos nos esquecemos do que foi dito. Portanto, mister, faça-me lá esquecer esta conferência de imprensa. Um novo feriado é que vinha mesmo a calhar…
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