Factos da inoperância governativa

Nos últimos meses, e são apenas quatro desde as últimas eleições de janeiro, é cada vez maior o sentimento que o atual Governo não tem capacidade para executar as medidas e as reformas estruturais que o país necessita. Sinto isto, não por questões ideológicas, mas sim pelo que vamos assistindo da sua gestão nos últimos meses. Os baixos níveis de execução do PRR já mereceram a intervenção do Presidente da República e levaram a mudanças na coordenação da estrutura; uma descentralização de competências de costas voltadas com os municípios, em que a cada dia que passa se vai revelando como um presente envenenado para os municípios e que, desta forma, nunca atingirá mais benefícios e melhores serviços para os cidadãos, como se exigia.

Enquanto a novela do SEF parece não ter fim, problema que continua sistematicamente a ser adiada e que neste momento põe em suspenso a carreira de milhares de trabalhadores, ao mesmo tempo vai criando grandes obstáculos às empresas que pretendem contratar mão de obra estrangeira, tão fundamental para fazer face a escassez que o setor empresarial enfrenta no momento atual. Estas são algumas das realidades que demonstram que não estão à altura das exigências que o momento solicita!

Contudo, temos um outro Partido Socialista que encontra nos fatos à medida a solução para os problemas. Um Partido Socialista que, não estando disponível para fazer o trabalho bem feito, pretende, através de alterações à lei ou prerrogativas, contornar a incapacidade. Este é um movimento muito perigoso que coloca em equação o esforço, a competência e o mérito. E recentemente este perigoso caminho confirmou-se com o pedido de alteração à lei solicitada por um presidente de Câmara da região. E adivinha-se para os próximos meses mais alterações, fruto da inoperância deste Governo.

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