04/07/2024, 10:07 h
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EDITORIAL
Por Álvaro Neto (Diretor da Gazeta de Paços de Ferreira)
EDITORIAL
A extrema direita tem vindo a crescer por toda a Europa e pode vir a ser maioritária nas eleições legislativas, que se disputam à segunda volta em França, no próximo domingo.
(Por ironia histórica, no país da Revolução, da Liberdade, Igualdade, Fraternidade e do Maio 69)
A imigração é apresentada como seu cavalo de batalha: a entrada nos seus países de vagas de migrantes, que destroem os valores tradicionais das sociedades, as suas culturas, religiões, deuses, transformam modos de vestuário, alimentação, comportamentos e contribuem para o aumento da criminalidade.
De onde vêm essas vagas de imigrantes e porque vêm?
Uns, vêm das guerras do Médio Oriente, do Iraque, da Síria, do Afeganistão.
Outros, de África, das guerras no Níger, no Sudão, na República Centro Africana, e chegam, principalmente, através da Líbia.
Na origem destas vagas migratórias estão as ações militares promovidas, directa ou indirectamente, pelos Estados Unidos da América, no exercício da sua estratégia imperial.
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Assim sendo, seria expectável que os estados europeus, que suportam a entrada nas suas fronteiras destas multidões de estrangeiros, se revoltassem contra quem lhes deu causa.
Mas não há notícia de que tal tenha acontecido, por subserviência e dependência dos líderes europeus perante o Império Americano.
Os movimentos de extrema-direita servem-se desta cobardia dos líderes europeus estarem a receber migrantes causados pelos Estados Unidos e continuarem a apoiá-los na sua missão imperial.
É evidente que a extrema-direita cavalga, demagogicamente, esta situação, alinhando, no fundo, com a cobardia e a subserviência dos líderes europeus: o mal está nos governos que abrem as portas e não nos promotores das guerras que originam multidões de migrantes.
A extrema direita cavalga também as situações de exploração de imigrantes, que vêem lá pelo Alentejo, nas estufas de produtos frutícolas. O mal está nos empresários, mas não na política de mercado, que necessita dos migrantes para fornecer bens e serviços a baixo custo.
(Nestas políticas de mercado a extrema direita não mexe - é uma das suas promotoras)
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