19/01/2023, 0:00 h
1066
O envelhecimento populacional apresenta-se como um dos grandes desafios do século XXI. Segundo os dados do EUROSTAT, três em cada 10 residentes em Portugal terão 65 ou mais anos em 2050. Um número crescente de pessoas confrontar-se-á com problemas de autonomia e dependerá cada vez mais dos outros, bem como de apoios sociais e familiares. Apesar de acompanhar o envelhecimento, a redução da capacidade funcional não o deve definir, nem justificar a exclusão das pessoas mais velhas da vida social.
A Organização Mundial de Saúde define Envelhecimento Ativo como o “processo de otimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas que envelhecem.” Este conceito refere-se à participação contínua dos idosos nas questões sociais, económicas, culturais, espirituais e civis, e não apenas à capacidade de estar fisicamente ativo. O objetivo do envelhecimento ativo é então aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida de todas as pessoas que estão a envelhecer, incluindo as mais frágeis, pessoas fisicamente incapacitadas e as que requerem cuidados.
ASSINE GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA
O aumento da esperança média de vida, com saúde e independência, o mais tempo possível, deve ser encarado como um objetivo para que o envelhecimento seja uma experiência positiva. Das medidas de promoção da saúde destacam-se: a prática de atividade física regular (nunca é tarde para se ser fisicamente ativo), uma alimentação equilibrada (mais rica em fruta, legumes, fibras e peixe, com pouco sal e açúcar, sem abuso de bebidas alcoólicas) e uma hidratação adequada (a água é essencial no nosso organismo). Manter uma atividade mental estimulante promovendo atividades de lazer, como caminhadas ou jogos para exercitar a memória e criar relações sociais equilibradas e satisfatórias, de forma a lidar com o stress da vida diária é também importante.
Deste modo, o envelhecimento ativo convida a que se caminhe para uma sociedade sem discriminações em torno da idade, sem que os idosos sejam considerados seres passivos. É importante que reconheçamos que as pessoas mais velhas têm direito à sua individualidade, ao respeito e consideração da sua vontade. São uma força de apoio, de prestação de cuidados aos mais novos e de equilíbrio e sustentabilidade social e económica. Pela sua experiência, saber e contributos, os idosos são indispensáveis à sociedade e às famílias.
Concluindo, não acrescente apenas anos à vida, envelheça de forma ativa e dê também vida aos seus anos.
Ana Rita Sousa, Médica Interna de Medicina Geral e Familiar da USF Alpendorada |Tabuado. Pós-Graduada em Geriatria Clínica
Opinião
17/09/2024
Opinião
15/09/2024
Opinião
15/09/2024
Opinião
14/09/2024