03/08/2022, 22:00 h
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A embaixada russa em Lisboa diz-se zangada e chocada com “palavras grosseiras” e “inaceitáveis” produzidas em espetáculo por um certo cantor popular contra o líder russo. Acho manifestamente exagerada a reação da embaixada. Apoiado na sacrossanta e ilimitada liberdade de expressão das nossas democracias liberais, onde a palavra voa e nada produz de relevante, e vogando no tempo crispado das emoções irracionais por onde andam políticos e comunicação social, o cantor “apenas” incentivou o público a mandar f….er o presidente russo. Já o tinha feito com Cavaco Silva. Agora internacionalizou a mensagem.
A embaixada russa não conhece, ou não valorizou devidamente, a sensibilidade justiceira da alma portuguesa ou o contexto lancinante das atuais preocupações espirituais do cantor, expresso no slogan igualmente repetido do “Ilumina-me” ou de um A.M.O.R., de receita universal. O cantor/poeta dos óculos escuros, andava um pouco sombrio e lamechas e nada como um arroubo de radicalidade e agressividade para elevar o moral e a criatividade. Iluminemo-lo, com certeza. E Putin que se cuide, que o cantor um dia bate-lhe à porta, com o Comité Caviar. E ele perceberá então quem é o rei do Bairro Alto.
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2 – A política da mentira
O Diretor da CIA americana afirmou publicamente que Vladimir Putin está de perfeita saúde, “é saudável demais” , nas suas próprias palavras. Andaram alguns meses até agora a garantir que Putin tinha um cancro terminal, ou Parkinson e essa garantia decorria de informações dos serviços secretos, norte-americanos e britânicos. Um diretor da secreta ucraniana afirmava em março que “as condições psicológicas e físicas do líder russo eram muito frágeis”. O frenesim com a saúde de Putin revestiu-se de uma exposição e especulação pornográficas e imorais. A propaganda sobrepôs –se ao decoro, não deixando de esmagar a verdade. Hoje tal como sucedera com Kadafi ou Saddam Hussein, com as armas de destruição massiva ou o genocídio de grupo étnicos, a criminosa politica da mentira condiciona consciências.
Cristiano Ribeiro, Membro do PCP
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