02/03/2025, 0:00 h
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OPINIÃO POLÍTICA
Por Miguel Moreira (Vice-Presidente da JSD Paços de Ferreira)
Desde logo, quero destacar a vitória do Centro-Direita alemão ,protagonizado pela CDU (União Democrata Cristã) do futuro Chanceler F. Merz. Um homem moderado, do setor empresarial e com uma visão de mercado e de reindustrialização da Alemanha e da União Europeia mais forte que Scholz (e até que Merkel).
Sobre a Ucrânia, é um homem ainda mais empenhado pela causa do que Scholz, e não são meras palavras. Chegou, mais que uma vez, a dizer que dever-se-ia enviar para o centro de combate os mísseis de longa distância Taurus que o ainda Chanceler se recusou a enviar.
No que à relação com os EUA diz respeito, vejo com bons olhos que tenha a intenção de manter uma relação cordial com Donald Trump, apesar de todos os «tiros no pé» diplomáticos que tem dado, nomeadamente no que às relações com a Europa e resolução da guerra na Ucrânia diz respeito (ao não a incluir na mesa das negociações com a Rússia).
Não obstante todas estas abordagens desrespeitosas por parte da maior potência, Merz faz bem em não hostilizar, ainda mais, as relações e penso que será bem sucedido pois, para todos os efeitos, é um homem que vem do mundo empresarial e Trump assim o é também.
Sobre Merkel, ambos tiveram uma ascensão no partido bastante paralela, mas Merkel conseguiu sempre neutralizar as ambições de Merz. Ambos bastante diferentes, Merz sempre foi um crítico das políticas migratórias de Merkel (sobretudo após a famosa vaga de 2015) e da gradual dependência generalizada, mas sobretudo energética, da Alemanha em relação à Rússia.
No capítulo dos outros partidos, destaque para estrondosa derrota do histórico SPD Alemão (o Partido Social Democrata de Centro-Esquerda) que liderou uma coligação atípica pela composição de três partidos (o expectável é que exista uma grande coligação entre CDU e SPD) e que, definitivamente, não funcionou.
Para além do pouco carisma de Scholz, este governo não acautelou as questões migratórias e o poder de compra e a economia alemã saíram muito descredibilizadas, conduzindo o país ao caos que hoje assiste.
Para além disto, os outros integrantes da coligação, os Verdes e os Liberais também saíram derrotados, mas aqui o destaque vai para os liberais que podem sair do Parlamento Alemão.
O pior da noite foi mesmo o resultado histórico do partido verdadeiramente de Extrema-Direita, herdeiro do Nacional Socialismo Alemão, AfD, que, no fundo, aproveita muitas das fragilidades herança do atual governo e atesta a corrente extremista que vivemos no mundo.
Por fim, e porque escrevo este artigo ao dia 24 de fevereiro, três anos após a invasão à Ucrânia, a minha renovada solidariedade ao povo Ucraniano e os meus sinceros votos para a resolução do conflito.
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