Por
Gazeta Paços de Ferreira

03/03/2022, 0:00 h

167

Editorial Mas há outra realidade

Editorial

Assim, António Costa terá a estabilidade política da sua cartilha eleitoral para dar início à execução do celebérrimo Orçamento para 2022, que todas as formações políticas rejeitaram, mas que apenas as da esquerda foram responsabilizadas pela rejeição - “o melhor orçamento de sempre”, como se (não)irá comprovar

Apesar da narrativa socialista imputar aos parceiros da esquerda a responsabilidades pela reprovação do Orçamento para 2022, torna-se agora, cada vez mais claro, que essa rotura vinha sendo preparada pelo Governo e também correspondia à vontade do inquilino de Belém, que ansiava por uma viragem à direita da política governativa e intervir cada vez mais no dia a dia governativo, cansado que se ia mostrando com a irrelevância folclórica das selfies e dos “ganchos” de comentador jornalístico/político.

 

Este posicionamento tornou – se evidente com a sua diligência em patrocinar a dissolução da Assembleia da República, que, constitucionalmente não era imposta, e a consequente realização de novo ato eleitoral.

 

O espetáculo mediático, a que que se foi assistindo, principalmente nas televisões, com as sondagens diárias em modo de campeonato, as claques de comentadores oficiosos a condicionar os espectadores, parecia que viria a coroar essa estratégia conjunta.

No entanto, a convergência de outros fatores, nomeadamente o medo da ascensão de forças extremistas de direita e o consequente voto útil nos socialistas, levou à saída de Marcelo de Sousa da caravana vencedora, permanecendo em recolhimento sabático para novas traquinices políticas.

Assim, António Costa terá a estabilidade política da sua cartilha eleitoral para dar início à execução do celebérrimo Orçamento para 2022, que todas as formações políticas rejeitaram, mas que apenas as da esquerda foram responsabilizadas pela rejeição -  “o melhor orçamento de sempre”, como se irá comprovar.

Entretanto, vão soando as trombetas da satisfação, algumas aparentemente suspeitas – ou talvez não -  como as das confederações patronais, já de peito aberto às balas da “bazuca” e cientes do apoio governamental nas sessões da concertação social para manter os “colaboradores” (este belíssimo neologismo) no caminho certo dos baixos salários para preservação dos divinos lucros empresariais.

(Mas, como já se avisava há um bom par de séculos: Eppur si muove…)

ASSINE GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA

ASSINATURA ANUAL

IMPRESSA/PAPEL – 20,00 + OFERTA EDIÇÃO DIGITAL

EDIÇÃO DIGITAL – 10,00

 

Opinião

Opinião

Cascas de banana…

17/08/2025

Opinião

De tostão em tostão… se alcança o milhão ou a dimensão colectiva dos direitos do consumidor

13/08/2025

Opinião

A Bolsa de Valores

11/08/2025

Opinião

Gastroparésia: Quando o estômago perde o ritmo

10/08/2025