04/10/2022, 0:00 h
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Editorial
E a inflação avança
Neste ano de 2022 enfrentamos o maior surto inflacionista dos últimos 30 anos.
A inflação é anterior à guerra da Ucrânia.
Resulta, em grande medida, de condições objetivas, que se verificaram durante a pandemia e no período posterior de recuperação, mas também de “aproveitamentos” promovidos pelos grandes grupos económicos.
As consequências das sanções e da guerra vieram agravar esta situação que já era de degradação económica e social.
Os governos dos países da União Europeia, em que se inclui o português, “brincaram”, irresponsável e suicidariamente, com as sanções económicas à Rússia.
Não compreenderam que esta sanções eram uma arma de dois gumes, pois o seu efeito “boomerang” (ricochete) teria repercussões graves para a economia da União Europeia e para a vida dos cidadãos europeus.
O governo português alimentou ainda a ilusão de que Portugal e os portugueses não seriam afectados pelas sanções, já que as importações da Rússia e as exportações para a Rússia eram de valor reduzido e os seus efeitos seriam, assim, insignificantes. Mas o nosso governo “esqueceu” uma ideia básica: que atualmente se vive numa economia globalizada e que a eliminação das exportações russas (gás, petróleo, cereais, pesticidas, etc.) iria provocar escaladas de preços nos mercados, onde Portugal teria de ir adquirir esses e então sofrer as respetivas consequências altistas.
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Os resultados desta política europeia e nacional estão à vista, com a inflação a estar para ficar, a degradar cada vez mais a vida dos portugueses, especialmente dos que vivem do seu trabalho, que vêem diariamente o seu salário a ser engolidos pela alta dos preços; e das empresas com as dificuldades acrescidas no custo da energia, levando ao seu encerramento.
As medidas, que o governo acaba de anunciar, financiadas com o “pêlo do cão, leia-se da própria inflação, não vai resolver o problema do fundo da inflação.
Que só terá solução quando as armas deixarem de cantar a canção da guerra
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