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Gazeta Paços de Ferreira

03/08/2023, 0:00 h

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É tempo de férias

Educação COMENTÁRIO

COMENTÁRIO EDUCATIVO

Gostava muito que a Escola se transformasse no local especializado em que se ensina e aprende, e as famílias retomassem as competências parentais que foram perdendo. Gostava que não competisse às famílias ensinar, nem às escolas educar; gostava…mas estamos a caminhar por caminhos opostos…

Rosário Rocha

Agosto é o mês efetivo de férias para os professores. Embora a escola tenha terminado no início de junho para alguns alunos, a meio para outros, ou no final para os mais novos, até ao final de julho as escolas foram tendo a presença dos professores.

 

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O que se faz em Julho nas escolas?

Longe vão os tempos em que julho já cheirava a férias, pois raramente tínhamos que ir à escola. Atualmente julho é o mês que mais detesto pela burocracia que representa. No caso do 1º Ciclo e Educação Pré-Escolar, tendo em conta que as aulas terminam mesmo no final de junho, resta-nos correr contra o tempo e fazer tudo no mês que nos resta. E as tarefas são muitas: avaliação dos alunos, formação de turmas, avaliação das atividades realizadas ao longo do ano na turma, na escola, nos departamentos, no Agrupamento; inventários; organização das salas; articulação horizontal e vertical; é tempo de fechar o ano letivo. Logo de seguida, é tempo de preparar um novo ano: planificação, critérios de avaliação, planos anuais de atividades (escola, grupos de ano, departamento, Agrupamento). Enfim, tarefas burocráticas mas essenciais.

 

 

 

 

2022/2023- um ano difícil

 

O ano que termina não foi fácil. Após anos de pandemia, o ano que terminou foi marcado pelas greves dos professores e não houve escola onde não se tenha sentido o efeito disso. Apesar de haver alguma contestação, pelos constrangimentos causados, a sociedade maioritariamente entendeu as razões dos professores e funcionários.

O ano letivo foi conturbado e, obviamente, trouxe alguns prejuízos ao funcionamento das escolas e, provavelmente, terá trazido alguns às aprendizagens dos alunos.

Para bem de todos, esperamos que o próximo ano seja mais calmo, pois é urgente que se repense a Educação como sendo um setor basilar de uma sociedade.

 

 

 

Repensar a educação

 

Não se coloca a Educação como o pilar de uma sociedade evoluída por decreto governamental. Claro que a política do governo é muito importante, mas cada um de nós tem que fazer o seu papel.

E, quem me conhece, sabe que me canso de bater nesta tecla: é preciso parar, pensar e usar a autonomia que temos.

É urgente focarmo-nos no que podemos mudar e melhorar. Cansa-me um bocadinho o muro de lamentações constante: alunos desinteressados, desligados, sem motivação; pais que não acompanham; professores a cumprir horário… Todos têm culpa e ninguém tem…pelo menos a culpa é sempre alheia.

Pois, a continuar assim, não há decreto que resolva isto! O que pode fazer cada um de nós?

Na minha humilde opinião, cada um tem que assumir o seu papel, mas tem que definir estratégias para o que pode mudar, não para o que não pode…

Gostava muito que a Escola se transformasse no local especializado em que se ensina e aprende, e as famílias retomassem as competências parentais que foram perdendo. Gostava que não competisse às famílias ensinar, nem às escolas educar; gostava…mas estamos a caminhar por caminhos opostos…

E, posto isto, é hora de descansar e usufruir de umas merecidas férias.

Para quem se encontra na minha situação, desejo-vos boas férias; aos outros…aproveitem-nas quando elas chegarem.   

 

Rosário Rocha

 

 

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