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Gazeta Paços de Ferreira

16/12/2021, 0:00 h

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E afinal, o que é Natal?

Opinião

E o pior de tudo, é que acreditamos piamente, e que devemos incutir nas crianças, a acreditar no pai Natal E porque vamos na onda e fazemos isso? Porque somos hipócritas, acreditamos numa coisa, mas fazemos outra. E somos covardes o suficiente para não assumir isso diante das crianças. Não seria mais fácil simplesmente dizer que não existe? Claro que não, isso tiraria a magia do Natal.

Beijos, abraços, presentes, amigo secreto, toda a gente deseja “Feliz Natal”…quando grande parte de tudo o que acontece nesta quadra é a mais pura expressão da hipocrisia.

Somos, na maior parte do tempo, se não infelizes, não somos de todo felizes. Todos temos chefes imbecis, colegas idiotas (e para eles também somos isso), que passamos o ano inteiro a desejar que desapareçam do mapa, mas agora vamos dar-lhe um presente do amigo secreto.

O índice de pessoas solitárias é altíssimo. Estejam sozinhas ou acompanhadas, não importa. E o Natal é vendido como uma festa de confraternização, de união, ou seja, o oposto do que realmente é, porque o que realmente vale é o EU. Que eu esteja bem.

Já passamos o ano inteiro a correr atrás das contas. E o Natal nos fará passar o próximo ano do mesmo jeito: endividados a correr atrás do gerente do banco, e até do padre, para tentar se eximir do pecado da ganância. Mas não importa, no dia do Natal eu sou feliz!

E as famílias? Ah! Tão unidas que são. Irmãos que adoram irmãos, pais que estão sempre com os filhos e filhos que estão sempre com os pais! É lindo, não é? Mas passam o ano inteiro a discutir por isso mesmo.

E o pior de tudo, é que acreditamos piamente, e que devemos incutir nas crianças, a acreditar no pai Natal E porque vamos na onda e fazemos isso?  Porque somos hipócritas, acreditamos numa coisa, mas fazemos outra. E somos covardes o suficiente para não assumir isso diante das crianças. Não seria mais fácil simplesmente dizer que não existe? Claro que não, isso tiraria a magia do Natal.

E o diamante da época: A SOLIDARIEDADE!  A expiação dos pecados. Sou incapaz de ajudar uma criança durante o ano todo, mas vou aos Correios buscar uma cartinha… e mando junto um cartão que diz: “Feliz Natal”. Pronto, fiz uma criança feliz, mesmo que ela morra de fome antes do fim do ano.

Esses dias ouvi uma frase (e não sei de quem é): “não importa o que fazemos entre o Natal e o Ano Novo, mas sim o que fazemos entre o Ano Novo e o Natal”. E disso muitos esquecem. Mas desejam feliz natal assim mesmo…

Vale a pena pensar nisso.

Celina Pereira, Membro da Comissão Politica Concelhia de Paços de Ferreira do Partido Socialista.

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