25/01/2025, 11:01 h
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Desporto Destaque Opinião Pedro Queirós
DESPORTO
Por Pedro Queirós
Este FC Porto já me enganou duas vezes. Primeiro, na remontada na Supertaça. Parecia um murro na mesa de uma equipa em quem poucos acreditavam, com novo treinador e novo presidente. Depois, pela forma como terminou 2024 junto ao primeiro lugar, com um jogo a menos. Por entre os pingos da chuva, e sem jogar nada por aí além, o FC Porto parecia estar a aproveitar os maus momentos dos rivais para de fininho chegar ao topo da classificação. Só as competições europeias me deixavam de pé atrás.
2025 deu-me a chapada da realidade. A jogar para ficar em primeiro lugar, o FC Porto não fez um único remate. Nem aquele que só daria pontos no rugby… nada! No jogo seguinte, em que se pedia uma resposta à altura… nova derrota.
É compreensível que se trate de um ano zero e que Villas Boas precise de tempo para arrumar a casa e de se recompor depois da má gestão, comprovada pela auditoria, que o clube teve nos últimos anos. Aceita-se que Vitor Bruno tenha sido pensado numa tentativa de continuidade num plantel que já conhece, num clube onde está há 7 anos e, não menos importante, com um salário coerente. Mas já chega.
A mensagem não passa. Vitor Bruno diz sempre o mesmo, independentemente do resultado ou do adversário. As suas decisões, quer antes, quer durante o jogo, são bastante questionáveis. É certo que os reforços chegaram tarde, mas estamos a meio de Janeiro e o FC Porto ainda anda com experiências na equipa.
E o treinador tem um problema gritante. É adverso à combinação de qualidade. Nico começou a época a mostrar-se muito bem como médio mais avançado, com golo, chegada à área e foi constantemente recuando no terreno para lá passar Namaso. Vasco Sousa desapareceu. Fábio Vieira, bem melhor a jogar pelo meio, é encostado à linha. Rodrigo Mora apareceu como salvador e agora é nas costas de um miúdo de 17 anos que está o peso de uma equipa como o FC Porto. Há falta de talento no plantel e o treinador não é capaz de gerir o pouco que tem. Samu é excelente na finalização, mas precisa de ser servido. Despejar bolas na área está longe de ser a melhor solução.
Villas Boas precisa de assumir o erro no treinador e de dar outro rumo a uma equipa que não vai passar disto. Joga muito pouco e vai ganhando, porque a qualidade individual é superior. Quando o adversário consegue colocar-se confortável no jogo, o FC Porto não sabe como contrariar.
Vitor Bruno… não é preciso que digas que o FC Porto só depende de si para ser campeão, isso é matemática. É preciso que digas como pretendes fazer desta equipa campeã. Porque “dores de crescimento” e “confiança no processo” são gelados que se comem com a testa.
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