08/06/2022, 0:00 h
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No dia 31 de maio foi divulgado o relatório "Resultados Escolares: Sucesso e Equidade", da Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC).
O que realmente me chamou a atenção foi ler em grande destaque “ cada vez mais há alunos CARENCIADOS a concluir com sucesso o ensino superior”. Obviamente que esta afirmação mexeu comigo, primeiro o termo “carenciado” a meu ver depreciativo e discriminatório.
Querem lá ver que neste este estudo concluíram que afinal a inteligência não se vende a metro ou ao quilo, porque pobre também tem! Olha a grande descoberta! Será que descobriram, finalmente, que pobre só não tem dinheiro?
E já agora, nesta tão brilhante conclusão será que descobriram que não existe equidade alguma, porque pobre para ter bons resultados somente tem como recurso o uso da sua inteligência enquanto rico pode ter inteligência e ainda ter explicações, frequentar os melhores colégios/universidades, equidade não existe, só estatisticamente.
É lastimável que no ano 2022 ainda haver o estigma que filho de pobre é burro e filho de rico é o inteligente. Como referido, inteligência, felizmente não se vende avulso, é nata, e é preciso dar-lhe uso, e filho de pobre nem sempre teve oportunidade de o fazer, porque além de não ter dinheiro para prosseguir na vida académica, grande parte das vezes tem que fazer o ensino obrigatório e agarrar-se ao mercado de trabalho, no que aparecer porque a familia precisa do seu ordenado para ajudar a pagar as contas de casa, e muitas vezes perde a sociedade um grande intelectual. Todavia a inteligência está lá e muitas vezes o sonho não fica por ali, cabe a cada um segui-lo ou não.
Por isso, meninos a quem foi rótulo de “carenciado” ,eu espero que cada vez mais usem a vossa inteligência e provem nestas estatísticas o quão inteligentes sois e que felizmente não precisam do fator “cunha” ou outro que se pareça para serem aquilo que merecem ser por direito e não porque os vossos pais o podem comprar.
Celina Pereira, Membro da Comissão Política Concelhia de Paços de Ferreira do Partido Socialista.
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