04/01/2024, 0:00 h
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EDITORIAL
EDITORIAL
A Gazeta de Paços de Ferreira inicia hoje o seu 73º ano de publicação, ininterrupta, ao serviço do povo do concelho e manter-se-á firme nesta sua missão de informar e formar, assim contribuindo para a formação cívica dos cidadãos pacenses e para a defesa dos seus interesses legítimos.
Para cumprir a sua missão, a Gazeta de Paços de Ferreira procura fortalecer-se internamente, estando em curso significativas alterações nos seus órgãos sociais, de modo a superar algumas dificuldades operacionais, sentidas nos últimos tempos.
Não é segredo para ninguém que os órgãos de comunicação social passam por graves problemas de sustentabilidade financeira.
A grave crise vinda a público recentemente num dos mais importantes grupos de comunicação social, a Global Media, proprietária do Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF é um sinal significativo dessas dificuldades estruturais.
A forma de consumo das camadas mais jovens - internet e redes sociais, a concorrência destas redes, fizeram com que os órgãos de comunicação tradicionais “perdessem” o exclusivo da informação, o que se agravou ainda com a selvagem concorrência das gigantes Facebook, Google, etc., que passaram a recolher as maiores s fatias das receitas publicitárias.
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Assim, coloca-se a questão de qual deve ser o papel do Estado e do poder político, se é que os órgãos de comunicação social desempenham uma eventual função de interesse público.
“De facto, os media jornalísticos desempenham uma relevante e insubstituível função social de garantia do direito à informação dos cidadãos, fundamental na vitalidade dos regimes democráticos. A defesa de pluralidade de empresas de comunicação, a sua liberdade, os direitos dos jornalistas, bem como o cumprimento por estes de regras éticas e deontológicas, constituem , mais do que condições para a salvaguarda da democracia, objectivos incontornáveis para as políticas públicas.” (1)
Desempenhando, assim uma função de interesse público, a comunicação social deve ser considerada pelo Estado como um bem de primeira necessidade para a democracia como são a educação, a saúde, a habitação e a cultura, contribuindo para a sua sustentabilidade.
O Estado Português já tomou medidas nesse sentido durante a pandemia.
Outros países, por exemplo França, Áustria e países nórdicos, têm fortes incentivos estatais às empresas de comunicação social.
(1) - Alberto Arons de Carvalho, in PUBLICO, 31.12.23
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