10/10/2023, 0:00 h
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Opinião Opinião Politica Partido Comunista
OPINIÃO POLÍTICA
Por Cristiano Ribeiro (Médico e Militante do PCP)
OPINIÃO POLÍTICA
Naturalmente todas as profissões são importantes e devem ser dignificadas. Mas há singularidades. A prática da Medicina transporta em si uma série de qualificações e exigências que são intrínsecas ao seu exercício. Os médicos são portanto, e em qualquer momento, essenciais quer na motivação, satisfação profissional, disponibilização de condições de trabalho, recompensa salarial, estabilidade de emprego. No SNS os médicos asseguram uma assistência universal e completa, sem distinção de origem social, rendimentos, localização geográfica, país de origem quando emigrantes ou visitantes. O SNS é portanto uma base sólida da Democracia, uma referência identitária do País. O País possui no SNS uma mais-valia de que se pode orgulhar, mundialmente reconhecida como tal através de opiniões e de indicadores de saúde.
O governo PS contudo, por incompetência ou por estratégia, decidiu alienar essa conquista de Abril. Ironicamente, longe vão os tempos em que o atual Ministro da Saúde participava com um cartaz que dizia UM MINISTRO QUE PERCEBA DE SAÚDE! em manifestações da classe contra o Ministro Arlindo de Carvalho, isto em 1992. Agora, reafirmada a lógica atual desse cartaz, talvez seria ajustado um outro cartaz que diga UM MINISTRO QUE LUTE PELA SAÚDE!
Confrontado com a carência absoluta de médicos no SNS por abandono, êxodo para o privado ou estrangeiro, com o caos ou mesmo fecho em serviços públicos periféricos, o Ministério irresponsavelmente não ouve os profissionais, não negoceia compromissos ou acordos e não legisla para salvar o SNS.
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Não estão assim garantidas quaisquer condições mínimas de normalização e funcionamento regular dos serviços. Sucedem-se as greves, quase cumpridas por unanimidade. O ambiente é tenso, como o pode constatar as chefias intermédias. A assistência não é prejudicada substancialmente somente pelo código ético que preside ao comportamento dos médicos. Mas sem ovos não se fazem omeletas. O caricato está em Administrações de O biscate e a precariedade estão na ordem do dia.
É assim previsível que este caminho para o abismo possa não ter um qualquer sentido de retorno brevemente. Haverá responsáveis diretos, por ação e inação. É um aviso à navegação.
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