25/01/2025, 11:34 h
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Opinião Opinião Politica Partido Comunista CRISTIANO RIBEIRO
OPINIÃO POLÍTICA
Por Cristiano Ribeiro (Médico e Militante do PCP)
No Portugal do presente, 250 mil pessoas não conseguem fazer refeições de carne ou peixe, 600 mil têm a renda da casa, o empréstimo ao banco ou as contas da casa atrasadas, 650 mil pessoas não conseguem comprar roupa nova, por muito que precisem dela, mais de milhão e meio não têm dinheiro para aquecer a casa.
Entre 2021 e 2024, os preços do cabaz alimentar subiram significativamente: pão e cereais (+28%), carne (+27%), leite, queijo e ovos (+30%), produtos hortícolas (+36%), fruta (+22%), óleos e gorduras (+47%), peixe (+19%). No mesmo período, a habitação, electricidade, água, gás e outros combustíveis subiu 17,7%.
Sabemos que 2 milhões de pessoas, incluindo 300.000 crianças vivem abaixo do limiar de pobreza e um milhão de reformados têm pensões inferiores a 510 euros.
No novo ano, anunciam-se novos aumentos. O preço da carne e dos ovos subirá entre 5 a 10%, o preço do gás natural no mercado regulado subiu já 6,9%, os medicamentos de 2,6%, a que se soma entre outros o café, as portagens, os transportes públicos, as telecomunicações, as comissões bancárias.
Neste quadro difícil e inexplicável parece louco destinar parte substancial do orçamento não a despesas sociais ou de melhoria das condições de vida das populações mas a despesas de financiamento das guerras em curso na Ucrânia e no Médio Oriente.
É indecoroso que em vez de apoiar o reforço das pensões, de subsídios da Segurança Social ou de reforço das verbas disponíveis pelo SNS se aposte em despesas militares, nomeadamente na compra de dispositivos militares entregues a outros para cumprir compromissos de orientação belicista da NATO.
Encher os bolsos das empresas de armamento, nomeadamente norte-americanas, à custa dos cidadãos nacionais e suas necessidades, não é só má política, antes justifica a designação de traição.
Os milhões disponibilizados para a guerra são o espelho de políticas de submissão e de desprezo pelas desigualdades e sofrimento.
Quem quiser freneticamente ir para a guerra, que vista o uniforme e, a expensas próprias, se arme e se dirija para o campo de batalha.
Não em meu nome, não em nosso nome.
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