29/02/2024, 0:00 h
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EDITORIAL
EDITORIAL
Estamos em plena campanha eleitoral, precedida por um período de debates, durante os quais muito se falou, mas pouco se esclareceu quanto à resolução dos verdadeiros problemas com que se debate o povo português, constituindo, no entanto, um excelente período de ensaio de manipulação para a comunicação social, nomeadamente das televisões.
Após os debates, ocorriam largos programas de comentário, para que os espectadores ficassem devidamente “instruídos”, atribuíam-se “notas” para apurar o “vencedor” do confronto, muito ao estilo dos “interessantíssimos” programas de comentários desportivos após as transmissões televisivas.
Agora, durante a campanha, espera-se que haja mais comunicação e esclarecimento.
Estranhamos que então se tenha feito um silêncio sepulcral sobre questões de base, que irão condicionar, como já têm condicionado, a vida dos portugueses e terão de ser levadas em conta pelos governos na resolução dos problemas com que se irão deparar.
Alude-se permanentemente, mas de raspão, à subida dos preços de artigos vários, devido à guerra na Ucrânia, mas nada se explica sobre o efeito do ricochete das sanções à Rússia nesse aumento, nem o que pretendem fazer para pôr fim a essa causa do problema.
Não se reconhece que a economia alemã, o antigo “motor da economia europeia”, a passar atualmente por um momento difícil, devido a essa guerra (desindustrialização e deslocalização de empresas), está a afectar em elevado grau as exportações portuguesas.
De igual modo, a guerra no Médio-Oriente, a obrigar a um alongamento das rotas comerciais, com a elevação dos artigos de consumo e outros na Europa, Portugal incluído, não tem merecido a menor referência.
Muito se tem debatido a questão da habitação e os juros para a sua aquisição, sem chamar a atenção que esta matéria é uma das consequências da perda de soberania de Portugal pela sua integração na EU – quem a define é o BCE (Banco Central Europeu).
Recentemente foi “superiormente” determinado a Portugal que deveria afetar a despesas militares 2% do seu PIB (Produto Interno Bruto).
No dia 10 de Março tudo isto deverá ser ponderado, perante o que lhe for dito durante a campanha.
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