15/11/2023, 0:00 h
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OPINIÃO POLÍTICA
OPINIÃO POLÍTICA
Nas últimas semanas, fomos brindados no espaço público com um conjunto de cartazes que apelam a uma forma de fazer e estar na política que reprovo absolutamente. A forte tendência de polarização do debate político, por si só, é já uma má notícia, que não favorece o debate aberto e tolerante. Se a esta tendência se acrescentar uma dose desmedida de populismo e desrespeito, então, não se vislumbra um futuro risonho para o debate público.
Consigo perceber que, quanto mais se aproximam as eleições autárquicas, maior o desespero da oposição para tentar mostrar serviço. Contudo, não me parece que este seja o caminho. É, sem dúvida, o caminho mais fácil e descomprometido, mas não ajuda a esconder as profundas incapacidades de apresentar soluções alternativas às atuais políticas municipais. Diria mesmo que o único caminho será a apresentação de um programa governativo alternativo e efetivamente racional, estruturado e consequente. Mas é aqui que o PSD mostra as suas fraquezas: não tem um projeto para o Concelho e, por isso, limita-se a colar cartazes.
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Porém, o terreno da ética é, também, fundamental na vida pública. Deve ser sempre o azimute que orienta a ação política e, assim, delimita, de forma clara, as linhas vermelhas que não devem ser ultrapassadas. O uso de propaganda atentatória ao bom nome dos visados, quer na forma, quer no falso conteúdo, passam, inequivocamente, as linhas vermelhas.
Dado o impacto negativo causado, na opinião pública e mesmo em militantes e simpatizantes do PSD, por estes cartazes, a medida correta seria voltar atrás nesta desastrosa e lamentável estratégia de comunicação.
Mas, estando à beira do abismo, tomaram a decisão “certa”, deram um passo em frente. Recentemente, um distinto elemento da Comissão Política do PSD e antigo autarca, veio a público com um discurso mumificado do tipo «estou sempre certo e raramente tenho dúvidas», a defender o mérito deste modelo de ação política. Encapotado em termos como “política justa”, “ausência de valores democráticos”, “denúncia direta e verdadeira”, tenta-se justificar o injustificável.
Se falamos de verdade, transparência e política justa, deveria, na última década, o mesmo distinto cidadão e o seu PSD, ter vindo a público assumir e desculpar-se pela dívida monstruosa de mais de 200 milhões de € – entre câmara e empresas municipais – em que deixou o nosso Município. Aí sim, estaríamos a falar de justiça, transparência, valores democráticos e denúncia verdadeira.
Contudo, pelo que vejo, há cartazes a mais e espelhos a menos.
Que tristeza de serviço é este que se presta à Democracia e ao Concelho.
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