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Gazeta Paços de Ferreira

15/11/2023, 0:00 h

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COLAR CARTAZES

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OPINIÃO POLÍTICA

Nas últimas semanas, fomos brindados no espaço público com um conjunto de cartazes que apelam a uma forma de fazer e estar na política que reprovo absolutamente.

Por Hugo de Sousa Lopes (Membro da Comissão Política Concelhia do PS)

OPINIÃO POLÍTICA

 

 

Nas últimas semanas, fomos brindados no espaço público com um conjunto de cartazes que apelam a uma forma de fazer e estar na política que reprovo absolutamente. A forte tendência de polarização do debate político, por si só, é já uma má notícia, que não favorece o debate aberto e tolerante. Se a esta tendência se acrescentar uma dose desmedida de populismo e desrespeito, então, não se vislumbra um futuro risonho para o debate público.

 

 

Consigo perceber que, quanto mais se aproximam as eleições autárquicas, maior o desespero da oposição para tentar mostrar serviço. Contudo, não me parece que este seja o caminho. É, sem dúvida, o caminho mais fácil e descomprometido, mas não ajuda a esconder as profundas incapacidades de apresentar soluções alternativas às atuais políticas municipais. Diria mesmo que o único caminho será a apresentação de um programa governativo alternativo e efetivamente racional, estruturado e consequente. Mas é aqui que o PSD mostra as suas fraquezas: não tem um projeto para o Concelho e, por isso, limita-se a colar cartazes.

 

 

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Porém, o terreno da ética é, também, fundamental na vida pública. Deve ser sempre o azimute que orienta a ação política e, assim, delimita, de forma clara, as linhas vermelhas que não devem ser ultrapassadas. O uso de propaganda atentatória ao bom nome dos visados, quer na forma, quer no falso conteúdo, passam, inequivocamente, as linhas vermelhas.

 

 

Dado o impacto negativo causado, na opinião pública e mesmo em militantes e simpatizantes do PSD, por estes cartazes, a medida correta seria voltar atrás nesta desastrosa e lamentável estratégia de comunicação.

 

 

Mas, estando à beira do abismo, tomaram a decisão “certa”, deram um passo em frente. Recentemente, um distinto elemento da Comissão Política do PSD e antigo autarca, veio a público com um discurso mumificado do tipo «estou sempre certo e raramente tenho dúvidas», a defender o mérito deste modelo de ação política. Encapotado em termos como “política justa”, “ausência de valores democráticos”, “denúncia direta e verdadeira”, tenta-se justificar o injustificável.

 

 

Se falamos de verdade, transparência e política justa, deveria, na última década, o mesmo distinto cidadão e o seu PSD, ter vindo a público assumir e desculpar-se pela dívida monstruosa de mais de 200 milhões de € – entre câmara e empresas municipais – em que deixou o nosso Município. Aí sim, estaríamos a falar de justiça, transparência, valores democráticos e denúncia verdadeira.

 

 

Contudo, pelo que vejo, há cartazes a mais e espelhos a menos.

 

 

Que tristeza de serviço é este que se presta à Democracia e ao Concelho.

 

 

 

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