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Gazeta Paços de Ferreira

12/04/2025, 10:09 h

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CDU - Quatro Medidas Para os Primeiros 100 Dias de Mandato

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A CDU propõe 16 medidas prioritárias para os primeiros 100 dias de legislatura, com ênfase em quatro eixos fundamentais para o desenvolvimento do interior.

Por Duarte Dias (Dirigente da Sub-Região do Vale do Sousa e Baixo Tâmega do Partido Comunista Português)

 

Enquanto o Porto consolida o seu papel como centro económico e turístico, o interior do distrito — do Tâmega e Sousa a Baião — enfrenta desafios estruturais que exigem respostas imediatas. Estradas degradadas, serviços públicos em colapso, redes de transporte obsoletas e custos logísticos asfixiantes definem o quotidiano de milhares de habitantes. Perante este cenário, a CDU propõe 16 medidas prioritárias para os primeiros 100 dias de legislatura, com ênfase em quatro eixos fundamentais para o desenvolvimento do interior.

 

A Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa (ULSTS) é um espelho da degradação planeada. Hospitais como o São Gonçalo, em Amarante, viram maternidades, pediatrias e urgências encerradas, enquanto o Padre Américo, em Penafiel, sofre sobrecarga insustentável. Em Baião, o Serviço de Atendimento Permanente (SAP) funciona em modo fantasma: em 2023, registou meses com mais de 15 dias sem médico. A CDU exige a reabertura imediata de serviços encerrados (como a maternidade de Amarante), a contratação de profissionais com incentivos à sua fixação e o apetrechamento de equipamentos para evitar a dependência de privados.

 

Fechada em 2009 pelo PS sob pretexto de "obras de segurança", a linha do Tâmega nunca foi requalificada. O transporte alternativo em autocarro durou meses. Depois, o governo PSD/CDS retirou carris, vendeu automotoras e desclassificou troços, enterrando a ferrovia. A CDU propõe a reabertura urgente da linha, modernizada e integrada a corredores europeus e ligações diárias que substituam o transporte individual, reduzindo emissões e custos.

 

 

 

 

A EN106, via única entre Penafiel e Castelo de Paiva, é uma roleta-russa: sinuosa, com tráfego pesado e 70% dos acidentes envolvendo peões. Desde a queda da Ponte Hintze Ribeiro (2001), que matou 59 pessoas, sucessivos governos prometeram o IC35. Passaram 23 anos: apenas 1,5 km dos 70 planeados foram construídos. A CDU exige o início imediato das obras, com cronograma público, a proteção de terrenos agrícolas contra especulação imobiliária, priorizando a segurança, evitando repetir a tragédia de 2001.

 

As autoestradas ex-SCUT foram construídas como "sem custos para o utilizador", mas desde 2010 penalizam quem vive longe dos centros urbanos. A CDU quer a eliminação total das taxas em todas as ex-SCUT, incluindo troços excluídos pela Lei 37/2024 assim como o fim das PPP que transformaram estradas em negócios privados.

 

Estas quatro medidas — saúde digna, comboio reativado, estrada segura, portagens abolidas — formam um pacto contra o abandono. A CDU coloca a nu uma verdade: o definhamento do interior não é acidente, mas opção política. Resta saber se haverá coragem para virar a página.

 

 

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