16/12/2023, 0:00 h
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OPINIÃO
Por Ricardo Jorge Neto
OPINIÃO
A carta foi entregue, e roubou a atenção do presidente, que decidiu responder-lhe.
Escreveu-lhe que partilhava da sua preocupação com os testes, que estariam a ser realizados, e que também se preocupava com as populações vizinhas. Quanto ao Pai Natal, John F. Kennedy escreveu, que ele lhe tinha ligado e que ela não necessitava de se preocupar! Ele encontrava-se bem, e iria realizar a habitual distribuição de prendas pelo mundo…
Eu nunca escrevi uma carta a um presidente, nem ao Pai Natal! Nasci com a plena consciência, que o Pai Natal não existia, e esta consciência até me trouxe uma reprimenda na escola.
A ideia dum homem, que vigia todas as crianças ao longo do ano, e que no final, as agracia com presentes, nunca foi suficientemente sólida para os resultados que os meus olhos absorviam. Por mais que um miúdo pobre se esforçasse, a retribuição pai-natalina seria sempre modesta, ao invés do rufia lá da escola, filho de família abastada, que sempre aparecia no primeiro dia de escola com a mais vistosa e desejada inovação tecnológica, oferecida pelo querido Pai Natal.
Para além de não escrever e não acreditar, em mim nutriu-se sempre uma certa revolta por esta estranha e bizarra figura da Lapónia, à qual juntava a minha incredulidade ao ver que ninguém se indignava com a sua falta de rigor, justiça e seriedade.
Se eu tivesse escrito uma carta ao presidente Ronald Reagan, não seria para o proteger, mas antes para que o capturassem e o colocassem em Alcatraz…
Contudo, o tempo passou, e parte da magia do Natal foi-se diluindo com a realidade.
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Mas na memória dos natais passados… ao bom estilo dickensiano, vivem momentos ricos em emoções e sentimentos, e não deslumbro nas recordações os presentes.
Hoje, se escrevesse ao Pai Natal uma carta com um desejo, pediria que ele colocasse nessas noites de Natal, o que lá estava… a minha família!
Desconheço em que dimensão temporal possa existir o Pai Natal, mas se ele tiver a capacidade de ler cartas no futuro e realizar o desejo, então eu acho que ele já leu esta carta, e por sinal, fui atendido.
Não recebi aquele super-presente que hoje seria mais um fantasma da minha memória esquecida, mas tive a sorte de ter comigo nessas noites, quem sempre amei!
Por isso, escrevo esta carta pedindo que parem com todas as guerras, para que o Pai Natal voe e inunde os sonhos de todas as crianças! E para que o Natal em todo o mundo seja um momento de verdadeiro amor entre todos e com todos, e que não falte ninguém!
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