16/04/2023, 0:00 h
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OPINIÃO -SAUDE
O cancro do colo do útero é o quarto tipo de cancro mais frequente na mulher, com cerca de 750 novos casos por ano em Portugal.
A grande maioria associa-se à presença do papiloma vírus humano (HPV) - uma infeção de transmissão sexual extremamente comum; estimando-se que 75% dos indivíduos com menos de 50 anos têm ou já tiveram contacto com o vírus. Esta infeção resolve espontaneamente na maioria das situações, sem causar sintomas. Numa pequena percentagem, a infeção pode persistir e causar lesões no colo do útero que, em alguns casos, poderão, ao fim de anos, evoluir para cancro.
Estão descritos vários fatores de risco para o desenvolvimento deste cancro; para além da infeção pelo vírus do HPV, de destacar múltiplos parceiros sexuais, tabagismo ou imunossupressão. Neste contexto, é importante ter comportamento sexual responsável, nomeadamente utilização de preservativo e abstinência tabágica.
Atualmente existem ainda outras formas eficazes de prevenção, quer através da vacinação contra o vírus do HPV, quer através do rastreio e tratamento das referidas lesões do colo do útero.
A vacinação contra o HPV foi introduzida no plano nacional de vacinação em 2007 para as jovens raparigas, sendo que em 2020 foi alargada os rapazes. Trata-se de uma medida de prevenção primária, impedindo a aquisição de infeção pelas estirpes do vírus de HPV consideradas de alto risco.
Como medidas de prevenção secundária, o rastreio do cancro do colo do útero mostrou-se uma medida com elevada eficácia para detetar alterações do colo do útero possíveis de serem tratadas e evitar progressão para lesões mais graves. Atualmente, existe um rastreio organizado a nível dos centros de saúde para realização de pesquisa do vírus do HPV e, quando necessário, com citologia do colo útero. Na região Norte, esse rastreio ocorre a intervalos de 5 em 5 anos desde os 25 anos.
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O cancro do colo do útero não apresenta sintomas exclusivos, mas pode manifestar-se por hemorragia vaginal fora do período menstrual ou associada às relações sexuais, corrimento vaginal anormal ou, raramente, por dor pélvica. Os sintomas surgem numa fase tardia, pelo que o ideal é a intervenção na fase precoce, na deteção e tratamento das lesões percursoras.
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