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Gazeta Paços de Ferreira

02/08/2024, 0:00 h

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Balanço do ano letivo

Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA

EDUCAÇÃO

Findo Julho, sentimos que finalmente o ano letivo acabou, ainda que as aulas já tenham terminado há algum tempo. Contudo, para os professores Julho ainda é marcado por reuniões, burocracia, avaliação do ano anterior e preparação do seguinte.
Terminou o ano letivo 2023/2024 e já se prepara o ano seguinte: 2024/2025.

Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)

COMENTÁRIO - EDUCAÇÃO

 

 

Aspetos negativos

 

 

O ano que termina regista, do meu ponto de vista, alguns pontos negativos. A nível nacional, alguma instabilidade com as greves dos docentes, ainda que em menor escala do que no ano anterior.

 

 

Os constrangimentos causados pelas greves são sempre inevitáveis, quer para as famílias, quer para as escolas, quer para a Sociedade em geral.

 

 

Outro ponto muito negativo foi a falta de professores, sendo que nalgumas partes do país houve turmas sem professor a determinadas disciplinas durante o ano inteiro.

 

 

Os dois pontos estão interligados: o que faz com que uma profissão, tão nobre e imprescindível, não fomente interesse nas novas gerações? Porque poucos querem ser professores e outros abandonaram a profissão? E o que faz com que os docentes, a exercer, estejam tão descontentes?

 

 

Em Paços de Ferreira ainda não sentimos a falta de docentes, exceto nas AEC.

 

 

Houve turmas que só tiveram professores das AEC em novembro, e outras, em que ao longo do ano, estiveram períodos sem os ter.

 

 

Os pais vão pressionando as escolas com essas faltas, mas ainda não entenderam que as escolas não têm culpa, pois também a quem lá está provoca muitos constrangimentos turmas sem atividades.

 

 

A desvalorização da profissão, em muitos aspetos, nomeadamente reconhecimento e valorização, trará graves consequências ao Ensino e Educação, e por isso a Sociedade deve mobilizar-se de forma geral e não só quando falta o professor à turma do seu filho.

 

 

Aspetos positivos

 

 

Se a greve foi um aspeto negativo, a diminuição em relação ao ano anterior foi um aspeto positivo.

 

 

Não tivemos escolas fechadas dias a fio, mas apenas em situações pontuais.

 

 

A mudança de governo deu uma esperança de que algo poderia mudar e acalmou a hostilidade dos professores.

 

 

A correção de algumas injustiças, nomeadamente a recuperação e devolução dos 6 anos, 6 meses e 23 dias, que os professores trabalharam, que acontecerá num período já definido, trouxe alguma calmaria às escolas.

 

 

A eliminação das quotas no 4º e 6º escalão, ainda que não se saiba se será definitivo, também é mais do que justo.

 

 

Esta reivindicação nunca foi entendida, mas acho que a vou explicar facilmente.

 

 

Nestes casos, os professores não progrediam se não tivessem muito bom e, em cada quatro professores, apenas um podia ter muito bom.

 

 

Era como se, numa turma, disséssemos que, em cada quatro alunos, apenas um pudesse passar de ano; em 20 alunos, cinco passariam e 15 teriam que ficar a repetir o ano, ainda que tivessem boas notas…a lei não permitia que avançassem.

 

 

Era isto que acontecia com os professores do 4º e 6º escalão e que causou muita turbulência nas escolas, como é óbvio.

 

 

Portanto, a mudança, introduzida pelo governo atual, virá corrigir algumas injustiças e acalmará os ânimos.

 

 

Embora ainda falte corrigir a falta dos professores, acredito que, com medidas de fundo e a média prazo, também esse problema será solucionado.

 

 

Destaco como ponto positivo a futura introdução de provas no final de ciclo, por exemplo no 4º ano.

 

 

Nunca fui contra as provas. Em qualquer trabalho tem que se fazer prestação de contas e, no final de um ciclo, penso que é o momento ideal, ao contrário da trapalhada das provas de aferição no 2º ano.

 

 

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Pontos positivos ou potencialidades a nível concelhio

 

 

Sem dúvida o projeto “Aprender a Nadar” tem sido um sucesso. É uma atividade que promove a inclusão no efetivo sentido da palavra: é para todos!

 

 

Observatório Ambiental: uma estrutura fantástica, funcional e produtiva. É o exemplo de que, quando se cria algo com as pessoas certas, focadas no que tão bem sabem fazer, que lideram e envolvem, mudanças sustentáveis acontecem. Ainda a dar os primeiros passos, acredito que Paços vai mudar e tornar-se um concelho de referência. As atividades planeadas para as Escolas são uma mais-valia na parte teórica e prática e incidem naquilo que é fundamental: conhecer e proteger o que é nosso e de todos, indo ao terreno. Temos um património natural riquíssimo que não se conhece com teoria dentro da sala de aula, mas sim explorando-o no local.

 

 

Fica a faltar o mesmo trabalho para o património Cultural e histórico, mas acredito que um dia vai ser possível…

 

 

AEC - No próximo ano surgirá um novo modelo de AEC e isso, eventualmente, colmatará a falta de professores, que se sentiu este ano.

 

 

Uma mais-valia, sem dúvida, foi a afetação dos técnicos aos grupos da Educação Pré- Escolar, em regime de coadjuvação. Uma sugestão feita pelas nossas educadoras, há bastante tempo, e que finalmente foi aceite. O trabalho articulado dos colegas das AEC com os titulares tem enriquecido, e muito, as atividades de cada escola!

 

 

Transportes escolares - Principalmente para quem defende, como eu, que o exterior deve ser o ponto de partida para as aprendizagens e que a aprendizagem em contexto é mais motivadora, ter transportes gratuitos permite-nos conhecer o mundo à nossa volta, sem termos que pensar nas despesas que essas atividades trariam às famílias.

 

 

Já referi várias vezes que a nível concelhio temos felizmente oportunidades fantásticas para termos uma escola pública de qualidade. E temo-la: uma escola para todos!

 

 

Claro que ainda há caminho para trilhar, mas penso estarmos no bom caminho…

 

 

Para já, despeço-me de todos, pois é tempo de férias! Para quem está nessa situação, boas férias, que sejam retemperadoras de energia; para ainda quem não chegou lá, aguardem que elas chegarão.

 

 

Boas férias!

 

 

 

 

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