14/07/2023, 0:00 h
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Editorial
Álvaro Neto
As declarações de Christine Lagarde, proferidas em Sintra, durante o Fórum do BCE, a que preside, suscitaram enorme controvérsia no país e foi “interessante” ver-se/ouvir-se personalidades como Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Luís Montenegro, manifestarem publicamente a sua discordância e indignação.
Ora parece-nos que tudo isto não passa de mero epifenómeno mediático e político, isto é, mero folclore e oportunismo político.
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É certo que Madame Lagarde e seus pares do BCE e do FMI dão, frequentemente, uma no cravo e outra na ferradura: ora dizem que a responsabilidade pela inflação se deve aos lucros dos grandes grupos económicos, ora se deve aos aumentos salariais, para concluírem, sempre, que o que se torna necessário é impedir que o salários cresçam e ainda que os Estados se abstenham dos apoios sociais às famílias.
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Ora não faltam economistas que entendem que a inflação se deve fundamentalmente pelo lado da oferta e não da procura.
No entanto, o código neoliberal, ao serviço do grande capital, nunca se engana e raramente tem dúvidas: é pelo lado da procura, empobreçam-se os trabalhadores e os reformados, não lhes aumentando os salários nem as pensões, porque estes é que são os “malvados” criadores da inflação e enriqueçam se os grandes empresas e os bancos, porque os lucros são sagrados e não têm nada a ver com a inflação.
E os nossos governantes, estes que agora se indignam, ,porque a situação social, que se vive atualmente, começa a criar-lhes problemas graves (sobe a contestação nas ruas), seguem religiosamente este código.
Portugal está sujeito aos ditames da União Económica Europeia, que anteriores governantes deste Arco da Governação - o Centrão dos Interesses PS PSD e o CDS), aceitaram, sem qualquer consulta ao povo português..
E os atuais governantes, para além de não querer reconhecer esta submissão do país a poderes também não eleitos, que tudo mandam, nada fazem para recuperar a soberania económica , social e politica do país, vêm indignar-se e criticar, sem qualquer eficácia, até ver que a onda passe
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