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Gazeta Paços de Ferreira

20/07/2023, 0:00 h

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As instituições e as pessoas

Opinião Opinião Politica Partido Comunista

OPINIÃO POLÍTICA

Predomina a cultura da abstenção, da passividade, do estar-por-fora a ver, do prefiro o-meu-umbigo, da poltrona-ao-sofá, do não-tenho-tempo.

O atual poder político mostra estar em decomposição. Mesmo procurando e valorizando só o real, o concreto, e não a superfície das coisas, não deixa de ser impressionante o número e gravidade dos casos e casinhos do exercício desse poder de que vamos tendo conhecimento. Há uma onda de sucessivas referências a corrupções, abusos de poder, comportamentos ilícitos, prepotências, ganhos ilegais, que nos perturbam e mancham de forma irreversível a ética republicana.

 

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Mas sabido isto, expostos de forma irremediável a tão insatisfatório ambiente, não percebemos com clareza as suas consequências para o presente e para o futuro. Que temos? Há instituições de que se exige que funcionem, agora e sempre, por razões da sua relevância para o bem-estar dos cidadãos. A sociedade defende-se, solidariza--se, organiza-se em torno de inúmeras coletividades, desde a proteção civil, o associativismo desportivo e cultural, as autarquias, as associações de pais, os condomínios, etc.

 

 

 

 

Mas para haver instituições da sociedade civil tem que haver pessoas dedicadas, gente ativa, criativa e comprometida. E aqui tenho grandes apreensões. Há muito pouca gente com atitude social coletiva. Predomina a cultura da abstenção, da passividade, do estar-por-fora a ver, do prefiro o-meu-umbigo, da poltrona-ao-sofá, do não-tenho-tempo.

 

 

Se dantes eu diria com pesar que poucos lutam verdadeiramente pelos seus interesses, agora acrescento que estamos perante uma postura que qualificaria de procissão. Explico. A vida, esta procissão/vida desfila perante muitos que nas periferias do percurso se limitam a observar, a contemplar, algumas vezes a ineficazmente criticar, respeitando porém o tom, o conteúdo e o passo dos desfilantes.

 

 

 

 

Nada muda, o ritual permanece e no fim há um cansaço, um fastio. É o determinismo histórico e social. E habituados a este cinzentismo opressor, em momentos de crispação, falta a muitos a tolerância, a reflexão, a capacidade de gerir conflitos, a visão do perto e do longe, do essencial e do acessório.

E então o vazio acontece.

 


Cristiano Ribeiro

 

 

 

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