13/11/2022, 0:00 h
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O futebol é um mundo estranho. E Portugal não foge à regra.
Quem está fora, vê duas equipas portuguesas no lote de apurados para a fase a eliminar da Liga dos Campeões: FC Porto e Benfica. Em dezasseis apurados, só três não pertencem ao top5 de ligas europeias. Às portuguesas, junta-se o Club Brugge, do grupo do FC Porto.
É de realçar, que o FC Porto foi primeiro depois de duas derrotas a abrir e o Benfica venceu o grupo por ter a ambição de ir em busca de uma goleada que permitiu ultrapassar o PSG. O Sporting esteve perto do apuramento (e ainda mais perto de ficar de fora das competições europeias), mas seguiu para a Liga Europa.
Já o SC Braga baixa para a Conference League depois de também ter começado bem e de ter o apuramento para a fase seguinte da Liga Europa bem encaminhado.
E dentro de portas? Os dirigentes do nosso futebol aplaudem estes feitos, mas nada fazem para melhorar as condições de equipas e campeonato.
Não podemos esquecer que, ainda nas pré-eliminatórias da Conference League, o Gil Vicente foi goleado pelo AZ Alkmaar.
Isto prova que não há classe média no futebol português. Não havendo classe média, não sairemos desta rotina: os três grandes continuarão a dividir os títulos entre si; o SC Braga continuará a tentar intrometer-se entre eles e, fora de portas, serão estes quatro a representar o país. Os restantes são e serão peões neste jogo.
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O único clube que apresenta condições para crescer é o Vitória Sport Clube, mas não consegue sem investimento externo.
A Federação e a Liga de Clubes devem sentar-se e falar sobre alternativas para alterar este rumo.
A centralização dos direitos televisivos ajuda, mas não pode ficar por aí. Com horários indecentes e preços de bilhetes demasiado altos, cada vez são menos aqueles que se dão ao luxo de ir ao estádio.
As medidas começam aqui. Perceber o porquê de o adepto não ir ao estádio e, então, criar condições para que ele regresse. Perceber porque razão é que o quinto classificado do campeonato português não é competitivo frente ao mesmo classificado de uma liga similar.
É bastante satisfatório saber que, mesmo com muitas limitações, que também afetam os três grandes, as equipas portuguesas conseguem bater-se com os grandes da Europa.
Contudo, essa vitória não pode servir para camuflar o mal que se vai passando há anos dentro de portas. Nem pode fazer com que a prioridade seja abastecer os grandes para que nos representem lá fora e dar migalhas aos restantes. Sem classe média, o ranking de Portugal na Uefa não passará de um sobe e desce com os Países Baixos, sem falar no fosso para a França… que só aumentará.
A partir desta fase, a continuidade das equipas portuguesas está muito ligada ao resultado dos sorteios. A melhoria de condições do campeonato e das equipas, depende de todos.
Pedro Queirós
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