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Gazeta Paços de Ferreira

02/03/2024, 0:00 h

408

Artur Jorge e Rui Rodrigues

Desporto Opinião Abílio Travessas

DESPORTO

O prélio com os portistas não nos correu mal, perdemos honrosamente por 1-0, golo prematuro – não, não foi o Artur Jorge – que me fez ouvir de adepto: Vais levar 10! Deste jogo não guardo mais memórias a não ser pele, e algo mais, levantada no dedo médio em soco que apanhou a bola de raspão; luvas? não havia ainda essa modernice…

Por Abílio Travessas (Colunista e Professor aposentado)

COMENTÁRIO DESPORTIVO

 

 

Época 62/63, de futebol se trata, a equipa de juniores do Varzim Sport Clube, já com alguns estudantes, vai jogar ao Estádio das Antas, campo de treinos relvado, e nós sem chuteiras apropriadas. Na equipa do FCP, três jovens, Eugénio Alves, Ribeiro Cardoso e Artur Jorge, os dois primeiros futuros integrantes da equipa do CFUC (Clube de Futebol União de Coimbra), centenário como o Varzim e Académica, onde joguei em 64/65, Mário Wilson a começar a longa vida de treinador. Albino Ribeiro Cardoso e Eugénio Ferreira Alves foram jornalistas no saudoso Diário de Lisboa; o primeiro destacou-se na investigação jornalística com os livros Jardim, a grande fraude – que tive o prazer de apresentar em Mangualde – 25 de novembro, o depois, O 25 de Novembro de 75 e os media estatizados, O fim do Império (memória de um soldado português). Do Eugénio muito aprendi e a música de Pete Seeger e dos espirituais negros norte-americanos não foi o menos importante. Ficou para a história do ludíbrio da censura a sua notícia no jornal República sobre a saída do quartel das Caldas, 16 de Março de 74, de militares afectos a Spínola, aproveitando o jogo entre o Sporting e o Porto, Quem travará os leões. O clube do norte simbolizava os militares derrotados e a equipa de Alvalade as forças leais a Marcelo Caetano: “Os homens do norte que nesse fim de semana marcharam sobre Lisboa acabaram por retirar desiludidos com a derrota…”

 

 

O prélio com os portistas não nos correu mal, perdemos honrosamente por 1-0, golo prematuro – não, não foi o Artur Jorge – que me fez ouvir de adepto: Vais levar 10! Deste jogo não guardo mais memórias a não ser pele, e algo mais, levantada no dedo médio em soco que apanhou a bola de raspão; luvas? não havia ainda essa modernice…

 

 

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Entretanto Artur Jorge chegou à Académica, eu e o Eugénio no União de Coimbra. A Académica alcança a melhor classificação de sempre, um 2º lugar, e não foi campeão por ter sido derrotado no Estádio do Calhabé, actualmente Estádio da Cidade de Coimbra, pelo Benfica por 1-0. Eusébio era o grande goleador e a Artur Jorge foi atribuído o prémio de melhor marcador de bola corrida pelos adeptos da Briosa porque não marcava os penaltis. Na velha Académica também ficou conhecido pelo pontapé de moinho, técnica de remate a meio caminho do pontapé de bicicleta.

 

 

No Benfica aproveitava as saídas para a estranja, países para lá da cortina de ferro, para se abastecer e os amigos de livros e discos que não chegavam ao país do orgulhosamente sós. Eugénio, melómano, amigo de sempre, era um dos que mais beneficiavam.

 

 

Pequenas memórias … sem esquecer outro grande da Académica desses tempos, Rui Rodrigues, também agora a deixar-nos, parecia jogar de pantufas, tal a elegância em campo.

 

 

 

 

 

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