31/03/2024, 0:00 h
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OPINIÃO POLÍTICA
OPINIÃO POLÍTICA
A poucos dias da tomada de posse do novo Governo, já estamos a ser confrontados com as dissonâncias cognitivas que surpreendem os cidadãos e renegam a confiança que foi depositada no alargado voto à direita. Começaram bem cedo as quebras com os compromissos e afloram os verdadeiros intentos políticos que marcarão a política nacional nos próximos meses.
Comecemos pelos exercícios de contorno à constituição realizados pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, constitucionalista e que jurou defender os princípios constitucionais. Ao arrepio dos normativos Marcelo não só iniciou a auscultação dos partidos políticos antes do escrutínio eleitoral ter terminado e os resultados dos círculos da emigração estarem fechados, desvalorizando olimpicamente os eleitores da diáspora, como passou a ouvir as coligações em vez dos partidos políticos como deveria de acordo com a lei. Quem melhor que um professor catedrático especialista na constituição para a contornar e desvalorizar?
Subitamente, os órgãos de comunicação social passaram a relatar um país totalmente diferente daquele que pintaram antes das eleições. Afinal Portugal cresce em 2024 mais do que se esperava, acima dos 2%; existe excedente orçamental e os cofres estão cheios; Moody’s valoriza a estratégia de crescimento da CP; a riqueza das famílias subiu 47% nos últimos 5 anos… Curiosamente, deixou também de haver caos no SNS e reivindicações dos profissionais de saúde, das forças de segurança e dos professores. Portugal mudou do dia para a noite.
Mas o que efetivamente mudou foi a forma como o país passou a ser visto do estrangeiro. Logo após as eleições começaram a ser comunicadas as preocupações das instâncias internacionais com a instabilidade do novo governo e com as medidas previstas para a governação. Desde as agências de rating até às instituições europeias, as reservas foram unânimes e refletem a falta de confiança na futura governação.
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Mas as grandes inversões surgem da parte do PPD/PSD. Subitamente as expectativas otimistas de crescimento acima dos 3,5% deixaram de o ser. A distribuição das benesses prometidas a todas as classes profissionais parece que já não são possíveis, por serem despesas permanentes. Afinal parece que a conjuntura internacional não será tão favorável às reduções de impostos que foram divulgadas. E, imagine-se que existem regras orçamentais europeias que não podem ser quebradas. 17 economistas de craveira redigiram o programa eleitoral da AD e nenhum, nenhum, teve em conta, as regras europeias, a desaceleração das grandes economias europeias e mundiais, as incertezas das guerras e que as promessas representavam despesa permanente?
Não! Na realidade estamos, mais uma vez, perante um exercício premeditado de eleitoralismo e de falta de compromisso com as promessas eleitorais, a que a direita já nos habituou.
“E a procissão ainda vai no adro…”
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