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Gazeta Paços de Ferreira

19/10/2023, 0:00 h

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Algumas ideias-chave sobre a Palestina

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OPINIÃO POLÍTICA

Esgotada a via negocial, o compromisso político bilateral e multilateral, o que resta? A submissão? A desesperança? Imaginemos cada um de nós ser palestiniano. Como reagiria?

Por Cristiano Ribeiro (Médico e Militante do PCP)

OPINIÃO POLÍTICA

 

 

A realidade atual do povo palestiniano (o seu viver) permanece um autêntico abcesso no Direito Internacional e na consciência universal da dignidade humana, sobretudo historicamente sustentado ao longo dos anos pelos Estados Unidos da América. Quisessem os Estados Unidos da América uma outra solução, global e justa, para o conflito e tudo seria diferente: dois Estados viáveis, com fronteiras seguras, sob vigilância internacional.

 

 

Gaza não pode ser apenas uma estreita faixa de terreno de 360 km2 onde vivem (?) 2 milhões de palestinianos, a grande maioria expatriados de terrenos ocupados por israelitas, desde 1967. Não pode ser impunemente a maior prisão ao ar livre do mundo, um gigantesco campo de refugiados, um campo de concentração estilo nazi, com bloqueios de toda a ordem.

 

 

Todos nos lembramos da Flotilha da Liberdade em 2010, organizada por activistas de todo o mundo, em protesto contra o bloqueio de Gaza, a que a Marinha de Guerra israelita respondeu em águas internacionais, matando nove civis e ferindo dezenas.

 

 

Gaza faz parte de um Estado Palestiniano autónomo e de pleno direito, necessariamente em contiguidade geográfica com a Cisjordânia, reconhecido pela Comunidade Internacional, por decisões da Assembleia Geral da ONU e conteúdo de Acordos de Paz. O povo palestiniano tem direito a viver em segurança num território, tem direito a uma Pátria. Mas não, a letra da retórica não coincide com a política exercida. António Guterres, por exemplo, é a prova física de uma incapacidade /incompetência em contribuir positivamente, que não respeitando a voz do Dono.

 

 

A velha Ordem Internacional baseada em “regras” impostas e nunca cumpridas está a dar origem a uma nova baseada em valores e compromissos. Mas esse “parto” é doloroso. A Palestina sabe que a decadência do chamado Ocidente alargado, tanto no plano político como militar, corre em seu favor.

 

 

 

 

O direito de resistência contra a opressão, o apartheid, o genocídio e o medo, não se discute. Assume essa resistência muitas vezes formas violentas e indiscriminadas que não se desejam ou apoiam. Mas é da vida que o rio violenta as margens estreitas por onde corre. Esgotada a via negocial, o compromisso político bilateral e multilateral, o que resta? A submissão? A desesperança? Imaginemos cada um de nós ser palestiniano. Como reagiria?

 

 

A criação de novos colonatos em terras roubadas a camponeses palestinianos pobres é exemplar de uma violência de Estado que desperta violência e ódio. Milhares de palestinianos permanecem como resistentes políticos nas masmorras do Shin Beth. Permanece uma corrente migratória de judeus de todo o mundo, instalando-se nas terras roubadas.

 

 

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O recente raide do Hamas em terras palestinianas ocupadas por Israel demonstra a fragilidade do Estado sionista, um dos muitos estados confessionais, onde a liderança religiosa ofusca a real discriminação de identidades. A invencibilidade apregoada de Israel com o sistema de misseis Patriot, o chamado Domo de Ferro, caiu estrondosamente.

 

 

Lamente-se as mortes, de ambos os lados. Serão sempre evitáveis à luz de uma civilização ainda não perdida. Mas a ideia de uma Palestina livre e independente é a única que assegura futuro e paz. As visões unilaterais, clubístico-alinhadinhas da diplomacia portuguesa e do poder mediático dominante, são meras e inconsequentes expressões patéticas.

 

 

 

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