Por
Gazeta Paços de Ferreira

07/04/2024, 0:00 h

567

Ai Marcelo, Marcelo!

Joaquim Leal Opinião

OPINIÃO

O Presidente sonhou e a PGR deu-lhe uma mãozinha. Pelo menos é o que parece. Num ápice decidiu dissolver a Assembleia da República e mandar o maioritário PS às ortigas.

Por Joaquim António Leal

OPINIÃO

 

 

Quis o destino, e muito especialmente o nosso atento Presidente, que o governo maioritário do Partido Socialista caísse e que se realizassem eleições para – pasme-se! – clarificar a situação política. O certo é que nada se clarificou, antes ficou tudo muito mais confuso: o PSD quase empatado com o PS e a direita extremista a exigir o que até então nunca se tinha atrevido. Se a intenção era dar uma mãozinha aos camaradas de partido, as coisas não lhe correram lá muito de feição (isto é o que dizem as más línguas, não eu, Deus me livre!).

 

 

Intenções e previsões nem sempre se concretizam, como se sabe. Eu, por exemplo, coloco as melhores intenções no destino a dar ao prémio do Euromilhões, caso acerte, e não há meio de fazer coincidir os números deles com os meus. E acontece-me o mesmo com as previsões. Uma noite sonhei que acertava na chave vencedora, e vi claramente a sequência dos números que seriam premiados. Apostei neles, com certeza. Mas não saíram à primeira, e então insisti. Mas também não saíram à segunda, nem à terceira, nem à vigésima quinta, e acabei por desistir por constatar que buscava uma utopia. Deve ter sido algo semelhante ao que aconteceu ao nosso Presidente, só que, ao contrário de mim, ele ainda não percebeu que perdeu a aposta.

 

 

ASSINE A GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA

 

 

O Presidente sonhou e a PGR deu-lhe uma mãozinha. Pelo menos é o que parece. Num ápice decidiu dissolver a Assembleia da República e mandar o maioritário PS às ortigas. Que era para sentir as borbulhas e a comichão. O caminho abrir-se-ia para a alternância no poder (se é que me entendem!). O problema – e esse é um problema do tamanho da Assembleia da República – é que quem entra agora pode não ter poder quase nenhum. Então dir-se-á: o Presidente, ao contrário do que aconselham as regras mais elementares da Bolsa, apostou os créditos todos no mesmo cavalo, e agora não tem cavalo nem créditos. Foi tal e qual como o que me aconteceu com a previsão de acerto no Euromilhões e a linda intenção de distribuir o prémio por familiares e amigos.

 

 

Nisto tudo, quem riu – e certamente continuará a rir por mais uns tempos – é a direita extrema, pois ganhou imensos pontos praticamente sem apostar um cêntimo do próprio bolso. A vida é assim. Há dias em que estávamos muito bem quietinhos com as nossas boas ou más intenções e as nossas incertas previsões.

 

 

 

 

Opinião

Opinião

Cascas de banana…

17/08/2025

Opinião

De tostão em tostão… se alcança o milhão ou a dimensão colectiva dos direitos do consumidor

13/08/2025

Opinião

A Bolsa de Valores

11/08/2025

Opinião

Gastroparésia: Quando o estômago perde o ritmo

10/08/2025