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Gazeta Paços de Ferreira

07/12/2021, 0:00 h

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Agora importa

Desporto

Eu não preciso que o selecionador me diga que vamos estar no Catar. Esse papel de crente é o meu, como adepto. Eu preciso que o selecionador me diga o que vai fazer para que a seleção seja melhor no play off do que foi na fase de apuramento.

Em 2016, andávamos agarrados ao “Pouco importa, pouco importa”. A seleção ia ganhando, fosse como fosse, e íamos avançando no Europeu. Todos reconhecíamos que a equipa era um pouco limitada para ganhar o Europeu ou para assumir as despesas dos jogos que disputava. Fizemos o que podíamos. Batíamos no peito, ferrávamos a língua e, com altos e baixos, fomos campeões europeus.

Passaram cinco anos e o mundo evoluiu. O futebol evoluiu. Fernando Santos estagnou em 2016. Portugal tem, agora, uma das melhores gerações de sempre. Os mais velhos que me ajudem, mas deve ser o melhor leque de jogadores desde a “Geração de Ouro” de 1991.

Com tanta qualidade, Portugal não passa de uma seleção que apresenta um futebol medíocre (contra a Irlanda foi mesmo sofrível), que não assume o jogo mesmo contra adversários teoricamente mais fracos e que obtém, por isso, resultados medíocres.

Não conseguir o apuramento direto para o próximo campeonato do mundo tem que ser visto como um falhanço. O pouco ou nenhum desenvolvimento no futebol praticado desde 2016 é um retrocesso em relação às seleções que partilham os mesmos objetivos que a nossa.

Posto isto, temos que apontar o dedo ao selecionador. Ele mesmo diz que temos dos melhores jogadores do mundo e eles nunca aparecem dentro de campo. Portugal não tem uma ideia, um fio de jogo.

Já não chega a raça, o querer e a pontinha de sorte. Agora importa se jogamos bem ou mal, porque agora somos mais favoritos do que em 2016, temos mais qualidade do que em 2016.

Eu não preciso que o selecionador me diga que vamos estar no Catar. Esse papel de crente é o meu, como adepto. Eu preciso que o selecionador me diga o que vai fazer para que a seleção seja melhor no play off do que foi na fase de apuramento.

Se ele não sabe ou se não intenção de mudar alguma coisa, talvez esteja na hora de dar a vez a outro. Não podemos ser ingratos ou ter memória curta. Fernando Santos mostrou ao mundo que Portugal também ganha enquanto seleção, mas não podemos ficar presos ao passado. Esta geração está destinada a grandes feitos e precisa de alguém que saiba gerir a qualidade que tem em mãos.

Pedro Queirós

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