Abril II

“Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo

Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo”

Sophia de Mello Breyner Andresen

Amigo leitor,

Caminhamos a passos largos do cinquentenário das Comemorações do 25 de abril.

Há um ano atrás, por esta altura, convidei-o a refletir sobre a importância do trabalho, contributo e dedicação de tantos autarcas que, desde 1974, serviram o concelho de Paços de Ferreira enquanto vereadores e Presidentes de Câmara. Celebrar abril é celebrar uma de muitas conquistas, o poder local. É celebrar a oportunidade que temos, enquanto eleitores, de decidir, através do voto, o nosso futuro, o futuro da nossa família, dos nossos vizinhos, da nossa rua, do nosso lugar, da nossa freguesia e do nosso concelho. É, também, celebrar o trabalho de muitos autarcas que, diariamente, dão o melhor de si na defesa dos interesses da nossa comunidade.

No entanto, celebrar abril não é somente isto. Não é só celebrar uma efeméride que nos trouxe a liberdade. Não é só celebrar conquistas importantes como o poder local, o serviço nacional de saúde, a democracia, a imprensa livre e isenta, entre outros.

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É, também, uma oportunidade de celebrarmos a nossa identidade, o nosso dinamismo, o nosso bairrismo e a oportunidade de celebrarmos, através do pensamento, muitas vezes diferente e irreverente, do dinamismo, do crescimento e desenvolvimento das nossas comunidades.

E a isso muito se deve às nossas associações, comissões de festas, movimentos, grupos informais que, diariamente, dão o melhor de si na defesa e na luta das suas causas, e na defesa das nossas comunidades. São eles os primeiros garantes da identidade das nossas gentes, das nossas tradições e dos nossos costumes. São eles os primeiros que abdicam das suas vidas e dos seus para lutar pelos seus atletas, pelos seus membros, pelas suas causas e missões. São eles os primeiros que levam o nome das nossas coletividades e de Paços de Ferreira além fronteiras. A eles presto a minha homenagem e gratidão neste aniversário especial de abril.

Termino esta minha reflexão desafiando-o a refletir sobre o nosso presente e o nosso futuro das nossas comunidades e de Paços de Ferreira, no decorrer das Comemorações Municipais dos 50 anos do 25 de abril, com uma passagem de Carlos Moedas, proferida no passado dia 5 de outubro de 2023: “O tempo passa e, com ele, ficam as datas, datas que se tornam símbolos. E o que fazemos com esses símbolos é a nossa responsabilidade”.

Compete-nos a nós lutar por eles!

Viva as conquistas de abril!

Viva as nossas gentes!

Viva Paços de Ferreira!

Viva a nossa democracia, que construímos todos os dias e que temos o dever de a manter, mas sobretudo, VIVA A LIBERDADE!