A "transparência" na Saúde ou a Saúde "transparente"?

O Ministério da Saúde lançou uma plataforma informática onde o cidadão pode ver a resposta do SNS em relação aos Cuidados Saúde Primários, nomeadamente no acesso a Médicos de Família e a Enfermeiros de Família.

São conhecidas as dificuldades presentes em assegurar Médico e Enfermeiro de Família a muitas centenas de milhar de portugueses.

Dará esta plataforma resposta a esse problema?

Não, disse o Secretário de Estado e o Coordenador Nacional da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários.

Então para que serve a referida plataforma?

Lacerda Sales e João Rodrigues esclarecem: serve para tornar mais "transparente" o processo de inscrição de um utente sem médico de família atribuído ou por mudança de residência, e também serve para se poder exigir "serviços mínimos".

OK. Em vez de um pedido local, de resposta aleatória ou imprevisível, teremos uma situação institucionalizada de desigualdade, eventualmente com serviços mínimos (vacinação, primeira consulta em saúde materna, primeira consulta de vida...), uma plataforma que burocraticamente cala descontentamento.

Pergunto-me: A dois meses de eleições, o PS só tem isto para mostrar programaticamente?

Esta saúde "transparente" ou inexistente não tem medidas mais sólidas e eficazes para atrair profissionais, para organizar serviços, para relançar o SNS?

Não é um princípio basilar da Saúde a continuidade de cuidados, a integração da informação da família e da comunidade no bem-estar individual do individuo?

Há quanto tempo terminou a Reforma dos Cuidados de Saude Primários e começou a Degradação dos Cuidados de Saude Primários, sem que o responsável tenha tido conhecimento?

Os Cuidados de Saúde Primários serão para o PS Cuidados Primários de Saúde?

Cristiano Ribeiro , Dirigente do PCP