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Gazeta Paços de Ferreira

19/02/2023, 0:00 h

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A SUPER LIGA JÁ EXISTE

Desporto Pedro Queirós Comentário Desportivo

COMENTÁRIO DESPORTIVO

A Premier League gera dinheiro suficiente para que os seus clubes não precisem de vender jogadores para ter dinheiro.

Isso só acontece porque, enquanto outros países se preocupavam com questões secundárias ou se iludiam com algum sucesso passageiro, a Premier League trabalhou em melhorar e vender o produto.

Pedro Queirós

 

Um estudo do CIES Football Observatory, concluiu aquilo que já se previa: os clubes ingleses dominam, largamente, os gastos no mercado de transferências.

No top5, são todos ingleses; no top10, estão 7 equipas da Premier League; no top50, só o Leicester não aparece (é o 51.º).

É importante referir que o estudo teve em conta todos os clubes do mundo. Nos primeiros 10 estão clubes como o West Ham (3.º), Nottingham Forest (4.º), Wolves (5.º) e Leeds (9.º), clubes que estão longe da luta por títulos e dos lugares cimeiros da classificação.

Ainda assim, são estes que rivalizam nos gastos com clubes como o FC Barcelona (6.º), PSG (7.º) e Bayern (8.º).

O mais gastador é o Chelsea que, só nesta época, gastou 555 milhões de euros e os resultados dentro de campo estão bem aquém do esperado.

Logo, podemos tirar duas conclusões: dinheiro não traz sucesso e os clubes da Premier League não precisam da Superliga Europeia para nada.

A Premier League gera dinheiro suficiente para que os seus clubes não precisem de vender jogadores para ter dinheiro.

Isso só acontece porque, enquanto outros países se preocupavam com questões secundárias ou se iludiam com algum sucesso passageiro, a Premier League trabalhou em melhorar e vender o produto.

E agora, como combater este domínio avassalador?

Javier Tebas, presidente da Liga Espanhola, é a voz mais ativa para um crescimento do futebol global para evitar a supremacia britânica, mas só o foi quando perdeu Cristiano Ronaldo e Messi e percebeu que pouco mais tinha para oferecer.

Por isso mesmo, antes de se pensar em criar competições que levam à banalidade de jogos entre tubarões europeus, é fundamental que se tente, internamente, melhorar o produto.

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Enquanto ir ao futebol for visto como um luxo e os horários forem decididos por um canal privado, será difícil atrair investidores e adeptos.

E isto serve para todos, não só para Portugal. Até as outras ligas que compõem as big5 se vêem à rasca para acompanhar os ingleses: na Alemanha, ganha sempre o mesmo; em França, o PSG gere a vantagem desde o início; em Espanha, a preocupação é a falta de dinheiro e a Supertaça joga-se na Arábia Saudita; em Itália, o domínio dos anos 90 já vai longe e, embora o campeonato seja animado, os adeptos mostram-se contra o preço dos bilhetes todas as semanas.

Pedro Queirós

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