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Gazeta Paços de Ferreira

06/01/2024, 0:00 h

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A INVERSÃO E A RESSACA

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OPINIÃO POLÍTICA

Talvez as atuais autoridades de Kiev comecem a entender que por mais que resistam e tentem convencer o Ocidente de que é possível a vitória só negociações tornarão possível uma paz, provisória que seja.

Por Cristiano Ribeiro (Médico e Militante do PCP)

OPINIÃO POLÍTICA

 

 

Nos canais informativos televisivos da noite de ontem, nomeadamente na SIC Notícias e na CNN, houve a presença significativa e numericamente inusitada de comentadores da situação internacional, com quem me identifico pela seriedade e a quem chamaria de “realistas”. O Major General Agostinho Costa, o Coronel Mendes Dias e o jornalista Nuno Ramos de Almeida comentaram, entre outros assuntos, a Guerra na Ucrânia. E não deixou de ser curioso assistir à inversão do discurso dominante, em linha com as atuais perspectivas futuras. A guerra terá os dias / meses contados.

 

 

Na noite de 28 e manhã de 29 de dezembro assistiu-se ao maior ataque aéreo às posições ucranianas por parte das forças russas e dos territórios separatistas desde o início da invasão. Os misseis balísticos supersónicos russos Kh-22 e Kh-23 em número superior a 150 atingiram instalações militares, concentração de efectivos, fábricas de produção de material de guerra em inúmeras localidades, penetrando com à vontade nos sistemas de defesa aérea Patriot norte-americanos.

 

 

Adivinha-se que esta acção destrutiva foi a resposta punitiva russa à destruição do grande barco de desembarque anfíbio russo no porto de Teodosia, bem como à progressão lenta mas contínua das tropas russas na linha da frente da guerra. A mensagem é clara. A velocidade e alcance dos mísseis hipersónicos torna-os imparáveis pois, afirma-se agora, dos cercas de 300 lançados desde o inicio da guerra nenhum terá sido abatido. Kiev tudo nega, como sempre, mantendo a narrativa das escolas e hospitais atingidos, embora surpreendentemente sem mortes civis.

 

 

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Talvez as atuais autoridades de Kiev comecem a entender que por mais que resistam e tentem convencer o Ocidente de que é possível a vitória só negociações tornarão possível uma paz, provisória que seja. E aí retomamos o tom do comentário político dos canais informativos. Com os “falcões” silenciados ou em transe, é possível ver que mesmo os “realistas” moderam o comentário, visualizando apenas um “conflito congelado”, de perdas simétricas.

 

 

A falta de informações presenciais no terreno justifica a prudência. Mas uma perspectiva histórica fatual permite concluir que a aventura ucraniana chegará em breve ao fim. Há nos corredores do poder ocidentais um plano B , que aposta numa nova e descomprometida figura politica de nome Yúlia Timochenko, ex-primeira ministra. No fundo, uma outra Ucrânia, mais realista, tomará conta do seu destino, reconhecerá a derrota, promoverá a reconstrução, reunirá sentimentos e identidades. Putin atingirá, com maior ou menor dificuldade, os seus objectivos: a desmilitarização, a desnazificação e restauro da neutralidade constitucional (perante a NATO? Perante a União Europeia? Veremos!).

 

 

Um comentador, atlantista mas moderado, o General João Vieira Borges, relembrou um pormenor importante: o EuroBarómetro que avalia o “apoio” às posições ucranianas em todo o continente europeu. Sempre muito significativo, variável de país para país, mas em queda acentuada. E aqui Portugal estaria no top do “apoio”. Com a unanimidade do apoio, do Centrão politico às extremas direitas, estendendo-se à esquerda “liberal”. Com a posição convergente e militante dos meios de comunicação social de massas, dos privados aos da tutela pública. Veremos agora a ressaca,

 

 

BOM ANO DE 2024, COM PAZ!


 

 

 

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