23/03/2022, 15:00 h
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A guerra na Ucrânia continua no terreno. Com ela, como em todas as guerras, há vítimas civis inocentes, destruição geral, muito sofrimento, desorganização social, o drama dos refugiados, e outras trágicas consequências que comportam até novos e sérios perigos.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, uma evidente violação dos princípios do Direito internacional, da Carta da ONU e da Ata Final da Conferência de Helsínquia, culmina um processo, uma guerra anterior, uma guerra híbrida, com início no Golpe de Estado de 2014.
A pergunta essencial: a quem interessa a guerra, o seu desencadeamento e especialmente a sua perpetuação?
Aqui chegados só nos resta exigir a Paz, o cessar-fogo imediato, a mediação, o diálogo com compromissos sérios, o desarmamento, o equilíbrio e o respeito dos interesses das partes envolvidas, na observação dos princípios da soberania, autodeterminação e segurança, e a solidariedade e ajuda humanitárias às populações gravemente afectadas.
Os comunistas não querem a guerra, não a desencadearam, não a apoiaram.
Só um idiota chapado persiste na narrativa de que Putin ou a liderança russa é comunista. Só um idiota chapado encontra nas tomadas de posição do PCP afinidades ou simpatias com o governo russo e o seu presidente.
As opções de classe do PCP são opostas às dos grupos políticos e económicos que lideram a Rússia Capitalista.
O conhecimento sólido da geoestratégia mundial implica assinalar com coragem linhas de escalada armamentista e de dominação imperialista.
E isso fá-lo o PCP, escandalosamente para alguns. Denunciando o discurso hipócrita dos que criticam a invasão, mas bombardeiam ou ocupam ilegalmente áreas de soberania de outros Estados; assumem bloqueios criminosos e ingerências ilegais; desrespeitam resoluções das Nações Unidas ou os Acordos de Minsk; são herdeiros de cumplicidades entusiastas de guerras recentes; alargam e reforçam a NATO a leste e instalam bases e misseis nas fronteiras russas, em violação de acordos anteriores; dos que assistem, sem oposição, à disseminação da extrema direita, com campos de treino na Ucrânia.
Mas verdadeiramente perigoso é o clima criado, as narrativas maniqueístas e parciais, o cínico abuso de sentimentos humanos, a estrada da intolerância, o bombardeamento e a manipulação mediática, a russofobia, o ódio à solta, o medo exacerbado.
Esperemos que isto seja transitório.
Cristiano Ribeiro, Dirigente do PCP
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