19/03/2021, 23:47 h
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SC Freamunde 88 anos! Tudo começou no Largo da Feira!
De manhã à noite, este mágico recinto era invadido por um bando de miúdos, correndo e chutando uma bola de trapos, e, sempre que esta entrava na baliza improvisada, a alegria irradiava toda a Praça, com gritos de golo, celebrados até com os aplausos daqueles que, de fora, iam vibrando com a jogatana da pequenada!
Depois pela mão dos fundadores, o Padre Castro e outros ilustres freamundenses, a brincadeira dos miúdos na Feira, rapidamente se transferiu para o Carvalhal.
A partir desse momento, criou-se uma máquina de talentos imparável, que não parou de surpreender!
O primeiro grande talento formado no Freamunde surgiu muito cedo na vida do Sport Clube de Freamunde: João Taipa. O homem que quase alcançou as 5 centenas de golos com a estrelinha ao peito. Foi o primeiro jovem a ser cobiçado, deixando um legado quase impossível de alcançar.
Anos depois, pela mestria do grande Zeca Mirra, os aguerridos jovens de Freamunde transformaram o Carvalhal num lugar temido pelos adversários. Estes miúdos deixaram de jogar descalços, e fizeram-se campeões neste clube bairrista e destemido.
A cada novo ano, mais uma fornada de guerreiros para alegrar as tardes de domingo. Nomes eternos deste clube como Venâncio, Miguel, Ribeiro, Barbosa, Ernesto, e tantos outros, nasceram no pelado do Carvalhal.
O tempo foi passando, e novos desafios foram aparecendo, e os miúdos do Carvalhal foram sempre respondendo com afinco e determinação, vencidos os distritais vieram os nacionais.
Clubes maiores e pequenos, todos eles temiam jogar em Freamunde, porque em Freamunde podia-se ganhar, mas era preciso suar muito para vergar aqueles guerreiros da estrelinha de mil sois na camisola.
Há 30 anos atrás, na época 1990/91, o SC Freamunde conseguiu um feito inédito, colocou todos os seus escalões nos nacionais: seniores, juniores, juvenis, iniciados e infantis.
Alcançado o patamar da afirmação nacional, estes miúdos quiseram mais, e a jogada seguinte era ascender a internacionais!
E não esperaram muito, no Mundial de Juniores de 1993 na Austrália, o talento de Tonanha lapidado no Carvalhal, estava na lista nos bicampeões mundiais dessa edição!
E outros se seguiram a ele nas selecções jovens: Filipe Pastel, André Leão, Antunes, Luís Pedro e Babo, todos internacionais jovens, nascidos do espírito de luta dos freamundenses.
Depois a eles, juntaram-se elas, e Diana Gomes, Sara Brasil e Ana Teles vestiram a camisolas das quinas.
Mas a cada degrau atingido, um novo surge para subir, e assim aconteceu!
No dia 5 de junho de 2007, num particular entre Kuwait e Portugal, aos 61 minutos, entrava em campo um jovem formado no SC Freamunde, Antunes, e assim o sonho dos miúdos do Largo da Feira ultrapassou o próprio sonho.
Hoje os miúdos formados em Pessô e os guerreiros do SC Freamunde continuam a escrever esta história sem fim, com a mesma alma e a mesma determinação de todos os campeões, que sentiram o quanto especial é vestir esta camisola azul à Freamunde, fazendo crer que aquela jogatana com a bola de trapos, nunca chegou a terminar naquela tarde de domingo.
Neste octogésimo oitavo aniversário, os dias são de dificuldade, os campos estão vazios, as bancadas empoeiradas, e as ajudas esquecidas e escassas. Mas enquanto houver quem sinta estas palavras escritas, esta data será lembrada e festejada!
Ricardo Neto
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