28/04/2021, 22:20 h
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Paulo Meneses, actual presidente do F. C. Paços de Ferreira, que se candidata para mais um mandato, revela os objectivos da sua candidatura e as ambições para o clube, que passam pela formação e pela manutenção da equipa principal na elite do futebol português.
Gazeta de Paços de Ferreira - Sete anos como presidente e 20 anos como dirigente. Que balanço?
Paulo Meneses - É naturalmente um balanço positivo que fui fazendo ao longo de cada ano de cada mandato.
É igualmente algo motivado pela paixão ao clube, pois caso contrário não teria condições nem motivação para com isso prejudicar a minha vida familiar, pessoal e profissional.
Por outro lado, não deixo de estar orgulhoso por fazer parte do presente e passado de uma instituição que a todos os pacenses, sócios e não sócios, deve encher de orgulho.
GPF - É candidato a mais um mandato?
PM - Sim. Já o assumi publicamente. Já assumi que serei candidato a mais um mandato para o biénio 2021-2023, depositando na mão dos sócios essa decisão.
GPF Linhas gerais da candidatura.
PM - No momento atual que vivemos, temos que ser ainda mais conscientes nas expectativas e promessas a fazer com realismo.
Continuar a concluir as obras em curso, potenciar cada vez mais o futebol de formação, criar uma equipa de sub-23 que possa potenciar jovens talentos na passagem para o futebol profissional e sustentabilizar o clube financeiramente para os tempos que se avizinham.
Mas acima de tudo, o que podemos garantir é uma dedicação total para criar condições para que a equipa de futebol profissional se possa manter ano após ano, na divisão de elite do futebol português.
GPF - Instalações. Bancada do Campo principal. Mais um relvado natural? Utilização do campo do Seroa. O relvado natural n.º 3 está praticável? Comenta-se “foi fiasco”.
PM - Orgulhamo-nos de ter instalações desportivas quer para o futebol profissional quer para o futebol amador, dotadas das melhores condições ao nível do que existe no país., o que aliás é amplamente reconhecido por todos os agentes do futebol, e que em momentos casos, ajudam a reforçar a vontade de os atletas assinarem pelo nosso clube, quando têm condições financeiras até superiores às que podemos apresentar.
Foi ampliado o espaço desportivo recentemente, com a criação de um campo sintético e outro de relva natural. A utilização do Campo da Seroa ou outro qualquer complexo desportivo, surgirá sempre pela necessidade de utilização, devido ao elevado número de atletas no futebol de formação, sendo que, existe um protocolo formalizado entre o Futebol Clube de Paços de Ferreira e o Clube Desportivo dos Leões da Seroa nesse sentido.
É completamente falso que o Campo n º 3 possa ser considerado um fiasco. É aliás, insultuoso que alguém o possa afirmar. Só alguém sem conhecimento ou de má fé o pode fazer. Esse campo é utilizado sistematicamente quer pela formação, quer pela equipa de futebol profissional.
GPF - Treinador. Pepa permanece ou sai? Tem já planos para novo treinador?
PM - O Paços de Ferreira tem treinador e espera poder contar com ele por muitos e bons anos, pelo que não faz sentido qualquer plano a esse nível, que não seja manter esta equipa técnica.
Se essa situação não for possível, teremos obviamente que encontrar a solução adequada.
GPF - Criação da equipa B.
PM - Entendemos que, neste momento e dado o contexto e as condições que se nos apresentam pelas entidades reguladoras do futebol, para um Clube como o Paços de Ferreira o projeto de desenvolvimento de talentos tendo em vista a sua integração na equipa de futebol profissional poderá passar pela criação de uma equipa de sub-23.
Já apresentamos a nossa candidatura junto da Federação Portuguesa de Futebol aguardando a confirmação da sua aprovação para que possamos implementar esse projeto.
GPF - Onde vai jogar? Relvado natural? Sintético? Treinos e jogos.
PM - Para a apresentação da candidatura para a participação de uma equipa de sub-23 do Paços de Ferreira no Campeonato de Sub-23, previmos todas essas situações, estudamos todas essas alternativas. O que lhe posso dizer é que os jogos terão que ser realizados em relvado natural.
GPF - Já está escolhido o treinador? Não deveria ser “homem da casa”, para fortalecer mística?
PM - Os critérios para a definição dessa pessoa estão perfeitamente identificados e a seu tempo, será escolhida a pessoa em causa e revelado o seu nome.
GPF - Os juniores não deveriam jogar em relvado natural?
PM - O Paços de Ferreira tem que ter consciência que as suas limitações impõem opções entre o ideal e o possível.
O ideal sabemos nós qual é. Os projetos, as ideias temo-las nós.
Todavia, temos que fazer opções que não ponham em causa a sustentabilidade de toda a estrutura do clube, conscientes pois das limitações financeiras e até físicas e estruturais para dar esse passo.
GPF - Plantel para a próxima época. Saídas previsíveis e entradas previstas?
PM - Tentaremos, ao limite, manter a estrutura e o nível competitivo do atual plantel.
Não podemos todavia, esquecer que a sustentabilidade de um clube como o Paços de Ferreira depende da rentabilização dos seus ativos, pelo que não posso garantir que isso não obrigue à saída de jogadores, sendo certo que tentaremos colmatar eventuais saídas com novos atletas para rentabilizar no futuro, quer desportivamente, quer financeiramente.
GPF - Qual o objetivo? Fazer figura nas competições europeias? Assegurar a manutenção na I Liga?
PM - O objetivo primeiro em cada época, de forma realística, será sempre o da manutenção. Todos nós temos que ter a plena consciência que, no início de cada época, à exceção dos crónicos quatros denominados “grandes”, todos os outros podem ser candidatos à descida de divisão. Temos variadíssimos exemplos de equipas que fizeram fantásticas épocas e que no ano seguinte passaram por dificuldades. Temos até o nosso exemplo, que naturalmente não esquecemos.
Caso consigamos garantir o acesso às competições europeias na próxima época, será com enorme orgulho e satisfação que procuraremos dignificar o futebol português, mas acima de tudo a nossa instituição.
GTF - Formação. Critérios de avaliação do departamento de formação.
PM - O objetivo primordial de um clube como o nosso é formar jovens, é formar homens. É isso que nos distingue de muitos outros. É muitas vezes essa postura, esse acompanhamento que no momento da decisão, leva muitos desses atletas a optar pelo futebol de formação do Paços de Ferreira. Naturalmente que o desenvolvimento das capacidades desportivas de cada um deles de forma a que possam no futuro trazer rentabilidade desportiva para o clube também é o nosso objetivo.
O clube tem neste momento um departamento de scouting que trabalha a nível nacional e internacional no sentido de detetar jovens talentos que possamos potenciar, desenvolver, de forma a que no futuro possam integrar a equipa principal de futebol profissional.
GPF - Futsal é outra modalidade. Que perspetivas/objetivos.
PM - O futsal é uma modalidade, cujo desenvolvimento muito nos orgulha. É uma modalidade de desenvolvimento relativamente recente, com o sucesso que todos nós reconhecemos, fruto do trabalho dos seus diretores, treinadores e jogadores. Que tem crescido imenso no que há formação respeita também.
Naturalmente que o objetivo é de forma sustentável, consciente, mas com a máxima ambição que um grande clube como o nosso nos obriga, fazer sempre mais e melhor.
Continuaremos a percorrer o nosso caminho na futsal português, com os pés bem assentes na terra, mas com a máxima ambição de engrandecer o nome do nosso clube.
GPF - Novas modalidades em vista? Futebol feminino?
PM - Como sabe, temos com o passar dos anos feito um esforço no sentido de criar condições para o desenvolvimento de novas modalidades no nosso clube, fomentando o desporto junto dos jovens sobretudo do nosso concelho.
O futebol feminino é uma ideia que estamos a amadurecer, sendo certo que, tal como noutras modalidades já implementadas, terá que passar por um projeto sustentável, com critério, que possa também passar pela formação. Nunca nos agarraremos a uma ideia, sem criar as bases para o desenvolvimento de um projeto que, tal como todas as outras modalidades, procure o fomento e desenvolvimento do desporto, mas de forma auto-sustentável.
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