05/06/2021, 1:12 h
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Já o disse aqui, e reafirmo, que não concordo com campeões injustos. Aquele que chega ao final da maratona em primeiro lugar merece o título. Foi o mais regular, o mais competente e aquele que melhor driblou as adversidades.
E o que dizer deste Sporting? uma derrota, já depois de ter o título na mão. 32 jornadas consecutivas sem perder. É difícil pedir melhor regularidade. Recordo que estamos a falar de uma equipa que partiu como um completo outsider, vários degraus abaixo de um FC Porto campeão nacional e de um Benfica acabado de investir 100 milhões e com Jorge Jesus no banco.
Há vários fatores que contribuíram para fazer deste Sporting campeão nacional, mas podemos destacar três:
1- Ataque cirúrgico ao mercado. Não se contrataram nomes sonantes, mas sim jogadores que vieram para acrescentar e não para ser a estrela da companhia. O Sporting funcionou muito como grupo. Paulinho entrou com o comboio em andamento e, curiosamente, foi quando a equipa baixou um pouco de rendimento. Adán tem nome, mas todos nos lembramos mais do Adán suplente de Casillas e Oblak, nos grandes de Madrid, do que do Adán titular do Real Bétis.
2- Discurso de Rúben Amorim. Chegou com uma etiqueta de 10 milhões ao pescoço, mas conseguiu sempre que isso não pesasse no seu trabalho. Teve um discurso ponderado e soube admitir sempre que o Sporting não era mais candidato do que os outros, mesmo quando ia na frente. Controlou a imprensa e manteve a equipa focada no objetivo. É ainda, um ótimo gestor de recursos humanos.
3- Comunicação. Todos conhecemos os problemas de comunicação do presidente Frederico Varandas. Falou depois de um empate em Famalicão e pouco mais se ouviu do presidente. Os problemas entre adeptos e a atual direção ainda existem, mas a comunicação soube aproveitar o bom momento da equipa para afastar o presidente dos holofotes e aproximar o clube de quem o segue.
Para a história fica uma época que começou com uma derrota, em casa, frente ao LASK Linz que atirou o Sporting para fora das competições europeias. Nessa altura, disse que só o título podia fazer esquecer essa humilhação. Já ninguém se lembra... primeiro, porque o Sporting cumpriu e acabou campeão nacional e, segundo, porque entrou na Liga dos Campeões pela porta principal.
Pedro Queirós
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