09/08/2020, 14:36 h
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Presenciamos momentos nunca antes vividos pela maioria dos portugueses. Vivemos uma crise pandémica, parece certo, mas também outras tão ou mais graves e escondidas pela cortina do vírus.
Verifica-se que a principal preocupação quer das autoridades de saúde, quer das forças de segurança, quer das entidades sociais, se tem centrado, ao longo destes últimos seis meses, na pandemia COVID-19. Parece que nada mais releva. Contudo, é de sublinhar que existem outras mais, muitas mais pandemias que são tão ou mais assustadoras e comprometem a qualidade de vida de todos nós. Arrisco a afirmar que foram porventura descuradas por quem de direito.
Presencio diariamente a crise humanitária que nos tem assolado, passando pelo desemprego, provocado pelas medidas adotadas para a pandemia de Covid-19. Ao todo, já foram destruídos 180 mil empregos e isto apenas em quatro meses (dados do Instituto Nacional de Estatística publicados em julho). A taxa de desemprego situa-se, agora, nos 7%. Mas se contabilizarmos os que são considerados como “ativamente à procura de emprego”, se atendermos também a estes últimos – e uma vez que também estão desempregados – então esse percentual, essa real taxa de desemprego sobe para os 15,4%!! É preocupante e assustador!!
E que dizer sobre o que se está a passar com grande parte dos nossos idosos e que estão a viver em lares, “enclausurados”, sem direito a visitas regulares, pelo menos espontâneas, por parte dos seus familiares. É cruel imaginar esta realidade e as consequências irreparáveis do ponto de vista psicológico e físico; o isolamento e a solidão…a sensação de abandono…
A coberto desta pandemia, encontra-se, também, a fome escondida, a violência camuflada, as demais doenças não diagnosticadas, as 3 milhões de consultas adiadas, os tratamentos não realizados, o medo instalado, a Liberdade comprometida, o aumento do número de crimes, especialmente os furtos e assaltos, a crise económica que traduz um PIB de que só há memória de ter estado em tal patamar em 1977!! É, de facto, extramente preocupante que o foco das autoridades seja só o incumprimento das directrizes da DGS, muitas delas, no meu ponto de vista, questionáveis!!
Há que estar atento a todas estas “pandemias” sob o risco, de num futuro próximo, se propagarem de tal forma que não haja nem “máscara” nem “vacina” que nos valha.
Paula Gonçalves
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