Por
Gazeta Paços de Ferreira

04/04/2021, 1:56 h

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O IMPÉRIO DA HIPOCRISIA

Mark Curtis (Historiador) e Matt Kennard (Jornalista) tiveram acesso a documentos desclassificados do Ministério dos Negócios Estrangeiros Britânicos. Apesar da censura militar, muito pressurosa a esconder debaixo do tapete muito do lixo produzido nos corredores do Poder no Reino Unido, foi possível saber através de sítio sediado na África do Sul algo muito escandalosamente revelador.

Em 2019, o Foreign Office , conjuntamente com elementos da CIA, que escapavam ao controlo da Administração Trump, organizaram um Golpe de Estado na Bolívia para derrubar o Presidente Evo Morales.

Contaram também com forças locais, o Alto Comando do Exército e uma rede constituída por uma comunidade de católicos croatas nazis, presente no País, em Santa Cruz , desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Sabemos agora todos os pormenores.

O derrube de Evo Morales aconteceu, e este refugiou-se no México, para evitar ter o trágico destino de Salvador Allende no Chile.

A imprensa dominante internacional “abençoou” o golpe, falando numa pretensa fraude eleitoral e na constituição de uma ditadura “de esquerda”.

A Organização dos Estados Americanos apressou-se a emitir um relatório com dados falsos sobre as eleições no mesmo sentido. A repressão foi violenta com milhares de mortos e presos e um poder fantoche foi instituído.

Um ano após, sob pressão popular, realizaram-se novas eleições e o partido de Evo Morales ganhou com larga maioria. A presidente fantoche , Jeanine Ánez, foi responsabilizada e presa e os oficiais do Alto Comando do Exército certamente “emigraram” para Miami.

Sabemos agora qual a real motivação do golpe e as razões do envolvimento britânico: as significativas reservas de lítio do Pais.

O lítio é um mineral essencial aos telefones portáteis e às baterias de viaturas elétricas. Encontra-se em salmouras de desertos de sal em altitude, nas montanhas chilenas, argentinas e bolivianas e no Tibete.

O Reino Unido “só” pretendia roubar o lítio boliviano. Para isso usou uma empresa de segurança informática bancária (criada pelos Serviços Secretos britânicos), a Bolsa de Metais de Londres, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a Embaixada Britânica, as famosas  fundações e ONG´s pró-ocidentais. Contava igualmente com os milhões da Tesla, do sr. Musk.

Uma operação de pirataria do século XXI. Boris Johnson, o corsário, o palhaço. Às guerras do petróleo desde o fim do século XIX sucedem-se as guerras do lítio. Guerras “perfumadas” com a pretensa “violação dos direitos humanos” , com a hipocrisia da chamada “comunidade internacional” , com o silêncio da “grande cloaca” comunicacional.

Tudo corria tão bem ….pena que um Povo digno não tenha querido ser escravo. O nosso Santos Silva já saberá onde fica a Bolívia e para que serve o lítio?

Cristiano Ribeiro

https://youtu.be/LW0hYKh9R6g

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