21/01/2021, 16:24 h
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A ascensão de figuras populistas e extremistas, à esquerda ou à direita, são normalmente coincidentes com crises, guerras, fome e... pandemias.
Infelizmente o mundo, e também Portugal, depois de ter alcançado enormes vitórias, como a liberdade e a democracia, atravessa um momento particularmente perigoso.
A regressão nos valores, tão dificilmente conquistados, a intolerância, o racismo e a descriminação, fazem hoje parte da agenda política da extrema direita.
Muitos dos que agora batem palmas ao regresso das mulheres aos tempos antigos, muitos dos que hoje defendem a ausência dos apoios do estado às famílias que passam por momentos difíceis, muitos dos que se entusiasmam com o fim do Serviço Nacional de Saúde, com toda a certeza que nunca ponderaram que um dia podem ser as próprias vítimas deste sistema anacrónico e fascista, que vem endeusando um crescente número de portugueses.
A terrível pandemia que atingiu a humanidade, com todos os erros que a sua dimensão e absoluta imprevisibilidade naturalmente desculpam, seria uma tragédia de dimensões apocalípticas se não tivéssemos Estados democráticos empenhados em salvar vidas.
Estaríamos num salve-se quem puder, onde os mais ricos passariam à frente dos mais pobres e onde os idosos seriam, uma vez mais, deixados para trás.
Claro que onde há sofrimento e morte, os abrutes sempre aparecem. E Portugal não é exceção.
Mas se todo este discurso do ódio deve deixar qualquer democrata profundamente revoltado, a promoção da misoginia é algo que todos temos que combater.
As recentes declarações do líder da extrema direita portuguesa são, por isso, e a todos os títulos, inaceitáveis. O papel da mulher nos dias de hoje e por muito que custe a estes bafientos salazaristas, não é o que estes vendedores de banha da cobra tanto gostariam
Foram precisos muitos séculos para conseguirmos chegar até aqui. Não podemos e não deixaremos que nos empurrem para o regresso a um passado de tão más memórias, onde as mulheres eram perseguidas, maltratadas, discriminadas e consideradas seres inferiores.
Pela liberdade, pela democracia e pela igualdade. Sempre!
Paulo Ferreira, Vereador Câmara Municipal Paços de Ferreira
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