Insegurança, Falta de Projecto e Divisão
António Coelho
O mandato autárquico está a entrar na sua segunda metade e começa a ser indisfarçável que o Partido Socialista está a isolar, politicamente, o Dr. Humberto Brito.
Têm sido vários os sinais de que o Partido Socialista começa a ficar desiludido com a liderança política do Dr. Humberto Brito à frente dos destinos do concelho de Paços de Ferreira e que está disponível para encontrar outras soluções para a candidatura à presidência da câmara municipal. Todas as pessoas que acompanham, de perto, a ação política partidária, municipal, já perceberam que a relação do presidente da câmara com o seu vice-presidente, e presidente da Comissão Política do PS, nunca foi muito saudável, mas, a partir do momento em que o presidente anunciou publicamente que não se recandidatava à presidência da Câmara Municipal, passou a ser notória a ocupação de espaço político e mediático pelo Dr. Paulo Sérgio Barbosa. Uma ambição politica que se considera legítima e natural.
São várias e bem conhecidas as manifestações públicas de preferência pelo presidente da comissão política do PS, Dr. Paulo Sérgio Barbosa, para candidato à presidência da câmara municipal. Estas manifestações começaram a surgir com maior frequência à medida que se foram aproximando as eleições para a concelhia do partido socialista.
Os apoios têm sido inequívocos e claros e tem origem em vários quadrantes. Desde o apoio declarado do ex-presidente da Assembleia Municipal, que apresentou a demissão por ter perdido a confiança no presidente da Câmara Municipal, do apoio da ex-autarca de Freamunde, de vozes mais contidas de alguns presidentes de junta do PS, até à recente indigitação de Miguel Costa, próximo do Dr. Paulo Sérgio, para liderar a Comissão Politica do PS, parecem tornar este processo irreversível. Isto acontece, a meu ver, pela visível insegurança, falta de convicções e ausência de projeto para o concelho, do atual presidente da câmara, e do permanente estado de conflito e adiamento no tratamento dos verdadeiros problemas da população.
Estou em crer que se avizinha um medir de forças mais declarado e resta saber o que vai pesar mais na hora das decisões.
António Coelho